Para o professor Adil de Oliveira Pacheco, geneticista da Universidade de Passo Fundo, só exames de sangue dos filhotes da gata Mimi, com características de cachorros, podem comprovar a paternidade, já que até hoje a ciência considera impossível este tipo de cruzamento.
"O número de cromossomos dos dois (gato e cachorro) é diferente. Cientificamente é impossível este tipo de cruzamento, mas só o exame poderá determinar isso. Tudo pode não passar de um mal entendido", disse Pacheco.
A distância evolutiva entre os bichos é a maior que pode existir entre dois mamíferos carnívoros. A linhagem dos gatos, à qual também pertencem as hienas e outros animais, se separou da dos cachorros, que também inclui ursos e focas, há cerca de 40 milhões de anos. Para se ter uma idéia do que esse tempo significa, é importante lembrar que os ancestrais do homem se separaram dos do chimpanzé há uns 6 milhões de anos.
Apesar da probabilidade científica zero, a história da gata movimentou o bairro de Jaboticabal, na periferia de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Ela deu à luz seis filhotes neste sábado (11), sendo que três gatinhos morreram e os três "cães" sobreviveram. Segundo a família dona da gata, os filhotes seriam resultado do cruzamento com um cachorro da vizinha.
O geneticista esteve na casa onde está a gata Mimi e os filhotes e disse que a gata teria tido cria sim, mas só dos três gatos mortos. A gata ainda teria adotado esses filhotes caninos de uma cadela da vizinhança.
Amostras de sangue dos três filhotes e da gata serão recolhidas até a próxima sexta feira (17).
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