Maior força do Partido dos Trabalhadores, a chapa Partido que Muda o Brasil apresentou, na madrugada desta terça-feira (9), documento que propõe a volta da CPMF, tributo que incide sobre movimentação financeira e que era conhecido como o “imposto do cheque”.
O documento será submetido nesta sexta (12) aos 800 delegados petistas que participarão do congresso nacional do partido, em Salvador. “Somos favoráveis à retomada da contribuição sobre movimentação financeira, um imposto limpo, transparente e não cumulativo, como uma nova fonte de financiamento da saúde pública”, diz o documento, elaborado pelo presidente do PT, Rui Falcão, e integrantes da Executiva Nacional do partido.
A chapa Partido que Muda o Brasil representa quase 54% da sigla.
Embora reconheça o ajuste como necessário, o documento traz ataques à política econômica a cargo do governo Dilma. “O repertório neoliberal frente à crise, rebatizado de austeridade fiscal, tem entre seus principais ingredientes redução de salários e direitos, corte dos gastos públicos, salvaguarda estatal dos bancos privados, protecionismo comercial e imposição de novas medidas para a integração subordinada das nações emergentes à ordem econômica mundial”, ataca.
ALIANÇAS
O texto reconhece, no entanto, que o partido cometeu erros que estimularam o fortalecimento da oposição no país. Ao defender a coalizão de partidos de esquerda no país, o documento inclui uma crítica sutil à política de alianças do governo federal.
“O sucesso desta estratégia [do PT no poder] foi acompanhado por erros importantes que provocaram efeitos colaterais maléficos para a esquerda e o campo popular. O principal destes equívocos foi não ter estabelecido como tarefas prioritárias, desde o princípio, a reforma do sistema político e a democratização dos meios de comunicação”, diz o documento.
Ainda segundo o texto, a “falta de maioria parlamentar progressista e a intenção de reduzir ao máximo conflitos em um cenário no qual os trabalhadores não eram força hegemônica deixaram em suspenso uma campanha nacional por esses temas e a subestimar sua influência sobre todo o processo político”.