Chapa quente

A oposição definiu focos de apuração na busca de elementos para um eventual pedido impeachment de Lula: a origem do dinheiro que abasteceu o "valerioduto", as contas de Duda Mendonça e suas relações com o primeiro-casal e o nebuloso empréstimo do PT ao presidente.

Sempre alerta – A operação que barrou a ida de parlamentares da CPI dos Correios ao presídio de Avaré (SP), onde está o doleiro Toninho da Barcelona, ontem, não contou apenas com os petistas da comissão. O governo também entrou no circuito.

Cartas marcadas – A CPI dos Correios encontrou irregularidades nas tomadas de preços para a organização de eventos nos Correios. Em alguns casos, pessoas ligadas a Marcos Valério foram responsáveis pelas três propostas apresentadas para cumprir a exigência legal.

Ampulheta – Se o PTB não entrar nesta semana com os pedidos de cassação contra deputados do PT e do PP acusados de se beneficiar do mensalão, o PDT irá tomar a frente da iniciativa.

Strike – Na esteira da renúncia de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, quadros do partido já preparam seu desembarque. No dia 24, um grupo de parlamentares deve anunciar sua saída. Em São Paulo, a bancada de estaduais cairá de cinco para dois.

Resta um – Com a morte de Miguel Arraes, o prefeito de São Paulo, José Serra, passou a ser o único sobrevivente entre os oradores do histórico comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964.

Marketing próprio – A Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) propôs ao Senado que todas as empresas associadas à entidade façam de graça a campanha pró-desarmamento.

Blocos na rua – Enquanto CUT, UNE e trabalhadores sem- terra manifestam apoio a Lula hoje em Brasília, a Força Sindical abre o leque de seu ato contra o governo, no dia 6. Ontem, OAB e Associação Comecial de São Paulo se mostraram dispostas a participar.

Linha amarela – Por enquanto, a OAB e a Associação Comercial só pedem que a campanha não estampe a palavra "impeachment".

Tô fora – Marta Suplicy desistiu de participar do ato hoje em Brasília. A despeito do apoio a Lula, a petista acha equivocado o viés de críticas à política econômica.

Laboratório 1 – Segundo sindicalistas da CUT, só quem não acompanhou a gestão de Delúbio Soares na tesouraria da central se espanta com o modus operandi por ele implantado nas finanças do PT.

Laboratório 2 – Sob a gestão de Delúbio, a CUT experimentou forte expansão no número de sindicatos filiados. A oposição ao comando petista da central diz que muitas das adesões foram negociadas em termos parecidos com os da montagem da base aliada de Lula no Congresso Nacional.

Sem marola – Reunido com o Sindicato dos Petroleiros de Manguinhos (RJ) para discutir as demissões na refinaria, o deputado tucano Eduardo Paes perguntou se a categoria não faria protestos contra Lula. Ouviu como resposta que os petroleiros estão preocupados com a governabilidade.

Tiroteio

* Do líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre o presidente Lula, segundo quem "os justos não podem pagar pelos pecadores":

– Lula está acuado, refém de seus aliados. Melhor seria que continuasse calado. Mas, já que revolveu falar, teria que nomear os bois. Quem são os pecadores? Seriam os espíritos?