Pouco depois de um de seus irmãos, Adarico Negromonte Filho, se apresentar na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), na manhã desta segunda-feira, o ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, decidiu deixar o gabinete que ocupa, no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, onde é conselheiro, para não voltar ao longo do dia. "Ele estava bastante chateado", contou um de seus assessores, para quem Negromonte deixou o recado de que não comentaria a prisão do irmão, suspeito de integrar o esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Yousseff, investigado na Operação Lava Jato, da PF. "Ele disse que já falou o que tinha para falar a respeito."
O assessor referia-se a uma entrevista dada pelo ex-ministro ao jornal Tribuna da Bahia, publicada no dia 17, na qual Negromonte disse considerar o irmão inocente "até que existam provas concretas" que o incriminem, mas defendeu punição em caso de comprovação do envolvimento. "Tenho 11 irmãos e os amo todos, então, o que eu puder fazer para ajudar, vou fazer", disse. "Agora, ele vai ter de mostrar que não cometeu nenhum crime. Se cometeu, tem de pagar."
O ex-ministro também disse, na entrevista, não ter nenhuma relação com o caso. "Se meu irmão fosse uma pessoa qualquer, de sobrenome Silva, eu jamais apareceria nisso", comentou, salientando que qualquer tentativa de envolvê-lo no esquema seria fruto de "jogo político". "Estou triste e preocupado por ter um irmão envolvido, mas estou tranquilo quanto a mim."
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