O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez duras críticas neste sábado à Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), criada há um ano, no Peru, ao discursar na reunião de presidentes da América do Sul. Chávez afirmou que os países da região não têm projetos, nem objetivos a buscar.
- Não sabemos para onde vamos. Nossos discursos cheiram a morfina e isso também acontece no Mercosul - disse ele.
Chávez sugeriu que os países sul-americanos tomem, antes de tudo, decisões políticas, com metas a cumprir, e em seguida desenvolvam estratégias. Ele afirmou que os presidentes não podem sempre ficar delegando competência a seus chanceleres. E, sem citar nomes, queixou-se do fato de alguns chefes de Estado não demonstrarem qualquer disposição para que a América do Sul tenha êxito.
- Nunca haverá convergência, porque não querem que isso ocorra. Não enfrentamos grandes dilemas sociais, políticos e econômicos - afirmou, acrescentando:
- Algo está morrendo e não termina de morrer. Algo está nascendo e não termina de nascer. É preciso enterrar e parir.
Ele chegou a propor que o nome da instituição, com a sigla Casa, seja mudado para União Sul-Americana de Nações (Unasul). E, lembrando que paralelamente à reunião de presidentes foi realizada em Cochabamba a Cúpula dos Povos, ele defendeu que a região busque uma identidade, o que ocorreria apenas se os governantes ouvissem mais seus habitantes.
- Um cavalo deve se chamar Relâmpago, e não Rosita (referindo-se à sigla Casa). É hora de sacudir com força essa instituição. Temos que colocar tudo em dúvida - enfatizou o venezuelano.
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