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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, dedicou a sua reeleição no domingo ao líder cubano Fidel Castro, mas também busca convencer seus simpatizantes que não segue o modelo de liderança comunista de Fidel.

Chávez disse que usaria sua forte maioria para intensificar sua revolução socialista que já incluiu confiscos de terra, impostos mais altos às empresas estrangeiras e a tomada do controle pelo Estado de projetos privados de exploração de petróleo.

``Nós dedicamos esta vitória ao povo cubano e a Fidel Castro, meu irmão e camarada. Mandamos um abraço a Fidel e aos nossos irmãos em Cuba que apóiam nossa causa'', disse Chávez.

Integrante da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a Venezuela, vive um grande contraste com relação a Cuba.

Caracas não é uma cidade habitada apenas por moradores de favelas que vivem com menos de um dólar por dia. Há também endinheirados que compram carros Maserati, bolsas da Gucci e garrafas de whisky envelhecido por 18 anos.

A maioria dos venezuelanos rejeita o modelo de Estado cubano, indicam as pesquisas. Um levantamento da AP-IPSOS no mês passado mostrou que apenas 44 por cento dos venezuelanos têm uma imagem positiva de Fidel Castro.

Chávez mantém uma relação ambígua com Fidel. Por um lado, ele se vangloria de sua relação próxima com o revolucionário de 80 anos e costuma ser visto como seu herdeiro no comando da esquerda latino-americana.

Em sua campanha, porém, Chávez disse que não busca estabelecer um sistema cubano, rebatendo acusações de Washington e da oposição de que ele teria essa intenção.

Ele insistiu em afirmar que, durante oito anos no poder, defendeu a iniciativa privada, permitiu a existência de uma imprensa de oposição e presidiu num sistema em que os partidos políticos são livres.

Em sua última entrevista na TV antes da eleição, Chávez disse que ``o próprio Fidel Castro seria a primeira pessoa a recomendar a você a não copiar o modelo cubano''.

Chávez e seus seguidores costumam vestir-se de vermelho e argumentam que apenas quem for leal à revolução pode trabalhar no Exército ou na estatal de petróleo PDVSA.

Como Castro, ele quer que sua revolução seja liderada por um partido único, mas, diferentemente do cubano, o líder venezuelano promete tolerar oposição.

O uso de guarda-costas cubanos por Chávez também alimenta queixas de que Fidel tem influência demais sobre o governo de Caracas.

Luis Guerra, um professor de história que caminhava no centro de Caracas, apoiou Chávez na eleição e defendeu a venda de petróleo com desconto para Cuba. Segundo ele, os médicos cubanos que a Venezuela recebe em troca faz enorme diferença para a vida dos pobres.

``Nas favelas, você pode agora chamar um médico cubano a qualquer hora da noite'', afirmou. ``Você nunca conseguiria um antes.''

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