Já está na sede da Polícia Federal, no centro do cidade, o contraventor Rogério Andrade, um dos chefões da máfia dos caças-níqueis no Rio. A prisão dele só foi possível graças à escuta telefônica, autorizada pela Justiça, nas investigações sobre o assassinato de um agente da PF.
"As investigações estavam apontando que esse agente poderia ter sido morto em razão de uma disputa de caça-níqueis. Então, foi diligenciado para que ele fosse localizado e preso para que fosse ouvido", explicou o superintendente da PF, Delci Teixeira.
O sobrinho de Castor de Andrade foi encontrado com visual novo. Foragido, ele apareceu com cabelos compridos, óculos, cavanhaque e lentes azuis. Com ele, foram encontrados ainda seis aparelhos celulares, um rádio transmissor, uma pistola e R$ 10 mil.
Rogério foi preso na Rodovia BR-040, na altura de Petrópolis, e não teria esboçado qualquer resistência. Ele, que estava com um casal no carro, foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Rio, na Praça Mauá, por 11 policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), num comboio de quatro carros.
"É uma prisão importante porque a gente tem o conhecimento de que há uma disputa entre esses grupos. E, por isso, estão acontecendo muitos problemas e mortes todos os dias", disse Delci.
Sobrinho do falecido banqueiro do jogo do bicho Castor de Andrade, Rogério estava foragido desde 2002, condenado a 19 anos de prisão pelo assassinato do primo, Paulinho Andrade, em outubro de 1998. Paulinho era filho de Castor. Através da escuta, a polícia ficou sabendo que Rogério passaria pela Via Dutra, na altura na Serra das Araras, no sul do estado. A prisão aconteceu na manhã desta segunda-feira (18).
Na guerra dos caça-níqueis, já teriam morrido 60 pessoas. No fim da vida, Castor de Andrade dividiu o espólio entre dois parentes: o sobrinho Rogério cuidaria do jogo do bicho e Fernando Ignácio, o genro, ficaria com as máquinas caça-níqueis. Diante da queda do movimento no jogo de bicho, Rogério decidiu avançar sobre a área de Fernando Ignácio. Os dois partiram para o confronto e estão condenados pela Justiça.
A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado estima que 80 policiais trabalhem para os dois grupos envolvidos na guerra, mas não sabe dizer quantas máquinas os dois grupos controlam. Oitocentos caça-níqueis já foram retirados de circulação.
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