Chega a 184 o número de estudantes presos este ano por tráfico de drogas no estado de São Paulo. O levantamento vai de 1º de janeiro a 20 de outubro. Se comparado aos números de 2003, a alta é de 166,6% em dois anos. Segundo o delegado Everardo Tanganelli, os universitários atuam mais com ecstasy e o consumo da droga está se expandindo e chegando nas favelas. Ele diz ainda que já há até mesmo produção nacional da droga.

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Segundo a polícia, os comprimidos sintéticos são facilmente confundidos com medicamentos tradicionais e podem custar entre R$ 30 e R$ 50 a unidade. O valor é mais alto que o papelote de cocaína (com cerca de 5 mg), que chega a R$ 20, ou uma pedra de crack, que custa no máximo R$ 5,00.

Este ano, já foram apreendidos mais de 18 mil comprimidos de ecstasy.

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O ecstasy é uma substância fortemente psicoativa. As características e efeitos psicológicos são semelhantes a uma mistura de estimulantes. Sintetizado pela indústria Merck em 1914, o ecstasy tinha como objetivo suprimir o apetite, mas nunca foi usado com essa finalidade. Somente em 1960 foi redescoberto como ''animador'' em psicoterapias. O uso recreativo surgiu em 1970, nos Estados Unidos. Em 1977, foi proibido no Reino Unido e, em 1985, nos EUA. Em 1988, um estudo feito na América do Norte mostrou que 39% dos estudantes universitários tinham feito uso do ecstasy no período de um ano antes da pesquisa, mostrando que o uso ilegal já estava disseminado, da mesma forma como aconteceu na Europa.

Quem toma ecstasy pode apresentar uma série de alterações, como aceleração da freqüência cardíaca, elevação da pressão arterial, diminuição do apetite, ressecamento da boca, dilatação das pupilas, alteração do humor. Entre outros efeitos, há a possibilidade de retesamento mandibular, movimentos involuntários do globo ocular e falta de coordenação muscular em graus variados. Muitos usuários também sentem euforia, extroversão, aumento da tensão muscular, da atividade motora, da temperatura corporal, dor nos membros inferiores e na coluna lombar, dores de cabeça e náuseas.

O uso prolongado causa alucinações, síndrome de pânico e paranóia, além de outras lesões no sistema nervoso central. No dia seguinte ou nos dois dias seguintes ao uso, é comum ocorrer uma sensação oposta aos efeitos desejados. Os usuários podem ficar deprimidos, ansiosos e com fadiga profunda.