O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta sexta-feira que respeita a iniciativa do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de quererem que a base aliada tenha uma candidatura única até o dia 20 , mas afirmou que trabalha com a data de 1º de fevereiro, quando ocorrerá a eleição para a presidência da Câmara. Chinaglia disse que vai continuar fazendo campanha e que um possível acordo em torno de uma candidatura única é de responsabilidade de Tarso.

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- Não conversei com ele (Tarso) a esse respeito, mas delego a possibilidade de candidatura única a ele, e vou fazer campanha - disse o petista, que tem conversado com líderes dos partidos aliados e do PSDB e com lideranças informais do PFL na tentativa de viabilizar sua candidatura.

Já seu adversário, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), negou que Tarso esteja interferindo na disputa pela presidência da Câmara, a pedido de Lula, para buscar um candidato único.

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- Não creio que ele esteja fazendo isso - afirmou.

Aldo e Chinaglia conversam sozinhos por mais de uma hora

Depois de participar da cerimônia de sanção da Lei do Saneamento Básico, no Palácio do Planalto, Aldo e Chinaglia reuniram-se sozinhos, nesta sexta-feira, por cerca de uma hora e meia no Congresso. Na saída do encontro, os dois negaram que tenham discutido a possibilidade de acordo para se chegar a uma candidatura única e descartaram a hipótese de abandonar a disputa. Segundo Chinaglia, os dois fizeram uma avaliação política das candidaturas.

- É de nossa responsabilidade manter o nível, com absoluto respeito entre nós. Foi uma conversa franca e rasgada - informou o petista.

Para Tarso, a dupla candidatura do governo à presidência da Câmara pode provocar "desequilíbrio institucional" na Casa e o surgimento de outras candidaturas, repetindo o efeito Severino Calvanti (PP-PE), azarão eleito em 2005, com a base do governo dividida, num duro golpe para o governo Lula.

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- A unidade é necessária porque a dupla candidatura da base do governo pode proporcionar desequilíbrio institucional na Câmara e surgir uma candidatura que não tem o mesmo potencial que a de Aldo e Arlindo - disse o ministro aos jornalistas.

Na opinião de Aldo, o lançamento de uma nova candidatura, como pretende um grupo de deputados , é sinal de democracia.

- Seria arrogante e pretensioso de minha parte reconhecer a legitimidade da minha candidatura e não a dos outros - afirmou.

Alguns petistas já consideram a disputa na Câmara uma antecipação da disputa de 2010.

O ministro confirmou os encontros, em separado, do presidente Lula com Aldo e Chinaglia nessa quarta-feira. De acordo com Tarso, o presidente apenas ouviu os dois deputados e não emitiu nenhum juízo.

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- Nós [governo] queremos funcionar não como árbitros do processo, mas como mediadores políticos de uma questão política da base do governo - explicou.

Tarso reafirmou que tanto o petista quanto o comunista são candidatos que contam com o apoio do governo e que a adesão de deputados da oposição não desmerece nenhum dos dois. De acordo com o ministro, Lula não tem intenção de convidar um dos dois para ocupar um ministério como forma de compensação:

— Quem tem condição de presidir a Câmara tem estrutura política elevada.

Nesta quinta, Aldo Rebelo rebateu a proposta de Chinaglia de realizar uma prévia na base aliada para estabelecer uma candidatura única pelo comando da Casa.

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