Com apenas uma semana pela frente antes do recesso parlamentar, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu, em entrevista ao G1, que a aprovação dos principais pontos da reforma política podem ficar para o segundo semestre. A reforma está na pauta da próxima terça-feira (10), mas base governista quer adiar votação.
Dos quatro pontos que restaram da reforma - financiamento público, teto para gasto com campanha de deputados e vereadores, fidelidade partidária e fim das coligações -, o presidente da Câmara avalia que os dois últimos itens guardam menos polêmica.
"Eu acredito que vamos aprovar a fidelidade partidária e o fim das coligações", disse o presidente da Câmara ao G1. Chinaglia comemora a conquista de ter colocado a reforma política na ordem do dia. E promete: "Não vamos deixar a reforma pela metade, estamos fazendo as mudanças infraconstitucionais e depois iremos mudar a Constituição." Sem consenso
Mas, por enquanto, o esforço é garantir resultado. "O importante é que conseguimos retomar uma discussão que estava parada e desde o começo ninguém deu garantias que iríamos aprová-la. Jamais vamos conseguir consenso na Casa em torno desses temas, temos que ir a voto e ver o que a maioria deseja", analisou.
Na semana passada, o conselho político do governo, órgão consultivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que reúne os 11 partidos que o apóiam no Congresso, antecipou-se e projetou a votação da reforma política apenas para o segundo semestre. O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), afirmou que, como as propostas têm muita polêmica, não se pode ter pressa. Ele defende mais tempo para discutir a proposta.
Apesar disso, Chinaglia disse que não cederá às intenções do governo e que a reforma está na pauta da próxima terça-feira (10). Ele disse que só a retira de votação se algum partido formalizar o pedido no plenário. "Quem decide isso são os 513 deputados, não o governo", disse.
Mais tempo
No entanto, o petista vem sendo aconselhado pelos colegas deputados a simplificar o projeto e dar mais tempo para a discussão. Parlamentares de governo e oposição afirmam que o projeto de autoria do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) sofreu mudanças demais, entrou em tantos detalhes que se tornou complexo.
O Congresso deve entrar em recesso no dia 17 deste mês, desde que até segunda-feira da semana que vem (16) seja votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Isso significa que os deputados têm apenas a próxima semana para tentar votar a reforma ainda neste semestre.
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