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Pelo menos 38 pessoas morreram, desde o início do ano, em decorrência da chuva que não dá trégua à região Sudeste do país. Nesta quarta, foi encontrado, em Minas, o corpo de um lavrador, de 47 anos, desaparecido desde a última sexta-feira, quando tentava atravessar um córrego a cavalo. Também nesta quarta, um bebê que havia ficado soterrado em Jundiaí, no interior de São Paulo, teve morte cerebral, elevando para seis o número de mortos no estado. Na véspera, foi confimada, no Rio, a morte de um agricultor, soterrado no desabamento de uma barreira. Já são 27 o número de óbitos no Estado do Rio, onde 26 municípios estão em situação de emergência.

A barragem da Mineração Rio Pomba vazou hoje cedo jogando toneladas de argila no rio Muriaé. Cinco mil pessoas estão desabrigadas - Plinio Rogerio Também em Minas, as cidades de Miraí e Muriaé estão totalmente ilhadas. Mais de cinco mil moradores estão desabrigados ou desalojados porque o rio Muriaé, que já estava cheio por causa de chuva, transbordou com a lama proveniente do rompimento de uma barragem de rejeitos de bauxita da mineradora Rio Pomba. Um rapaz de 21 anos está desaparecido depois de ser arrastado pela lama.

A região mais castigada no estado é a sul, onde rios transbordaram e alagaram 20 cidades. Desde outubro, quando começou a temporada de chuvas, foram contabilizadas 21 mortes no estado. Mais de 15 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. De acordo com a Defesa Civil, 61 municípios decretaram situação de emergência.

Nove estradas federais reformadas em MG

Nove estradas federais que tiveram estragos provocados pela chuva em Minas Gerais vão passar por obras de emergência. São trechos nas regiões do Triângulo, do sul, do centro, do leste e da Zona da Mata. A BR-267, entre Juiz de Fora e Leopoldina, que também está incluído nas obras, está interditada em meia pista, desde terça-feira. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve queda de barreira, no local.

A BR-356 continua interditada entre Muriaé, também na zona da mata, e a cidade de Itaperuna, no Rio de Janeiro, por causa do rompimento da barragem de rejeitos de bauxita. Motoristas podem utilizar um desvio passando pelas cidades de Laranjal, Palma e Itaperuna, o que aumenta o percurso em 70 km.

Em São Paulo, foi registrado na capital um volume de chuva 50% maior do que o esperado nos primeiros nove dias de janeiro. Os temporais já causaram prejuízos em 66 municípios. As áreas mais atingidas estão no centro e no oeste do estado.

O excesso de chuvas na região Sudeste teve impactos na região Sul. No Paraná, uma das calhas do vertedouro da hidrelétrica de Itaipu está aberta , aumentando o volume de água, para alegria dos turistas. O reservatório de Itaipu recebe água de toda a Bacia do Rio Paraná, que inclui rios de Minas Gerais e São Paulo, onde as chuvas estão abundantes.

Governo federal libera verbas para socorro imediato

Nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a liberação de R$ 131,2 milhões para obras emergenciais em razão das chuvas. Desse total, R$ 50 milhões serão destinados a ações da Defesa Civil no Rio de Janeiro, em socorro às famílias atingidas pelas cheias e recuperação de áreas degradadas. Outros R$ 31,2 milhões destinam-se a obras nas estradas do estado. Com a publicação do decreto que coloca o Rio em estado de emergência, a verba será liberada em 24 horas por meio da Caixa Econômica Federal. O governo, porém, ainda aguarda os relatórios dos prefeitos para baixar a medida.

O valor liberado é inferior ao solicitado pelo governo do Rio, que pediu R$ 150 milhões. Além do dinheiro para o Rio, o governo garantiu mais R$ 50 milhões para a Defesa Civil, destinados a obras emergenciais em municípios do Sul e Sudeste, sendo R$ 10 milhões para Minas. O governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), também considerou insuficiente a verba federal para seu estado. Aécio disse nesta terça-feira que o recurso será usado para recuperar rodovias em situação precária, por decisão do governo federal, mas ressaltou que é preciso mais do que isso.

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