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As chuvas que têm castigado o interior do Estado do Rio provocaram, nesta quinta-feira, a morte de dez pessoas na Região Serrana. Três das vítimas, entre elas duas crianças de 6 e 7 anos, ficaram soterradas em Petrópolis. Mais de cem pessoas estão desabrigadas ou desalojadas na cidade, onde a Defesa Civil registrou dezenas de deslizamentos de terra. O distrito da Posse foi o mais castigado pelas chuvas. O prefeito Rubens Bomtempo decretou luto oficial por três dias no município.

Em Teresópolis, uma barreira caiu sobre um bar, matando uma mulher e deixando um homem desaparecido. Mais cedo, outras duas pessoas morreram dentro de um carro, segundo o Corpo de bombeiros. A situação em Nova Friburgo também é caótica. Três crianças morreram num deslizamento no bairro Floresta e um homem, em Jardinlândia. Mais de 220 famílias estariam desabrigadas na cidade.

A situação é grave ainda no Norte e no Noroeste Fluminense, por causa de três dias consecutivos de chuva. O caos ficou ainda maior porque moradores de Morro do Coco decidiram fazer um protesto contra as crateras na BR-101. Os buracos foram abertos em dezembro do ano passado, após uma enxurrada que rompeu o asfalto. Na época, a rodovia ficou apenas em meia pista na altura do km 40, na divisa de Campos com o Espírito Santo. Revoltados, moradores incendiaram pneus e interditaram a pista de manhã por cerca de duas horas. A manifestação causou um engarrafamento de 14 quilômetros nos dois sentidos.

Nesta quinta, na BR-356, que liga o Norte Fluminense a Minas Gerais, as chuvas provocaram a abertura de mais uma cratera na altura de Cardoso Moreira, fazendo com que o tráfego ficasse em meia pista. Técnicos do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) informaram que, em ambos os trechos, será necessário esperar a chuva passar para recuperar as pistas. No caso da BR-356, os técnicos estudavam nesta quinta uma alternativa. Na BR-101, o trânsito foi desviado para o município de São Francisco do Itabapoana.

O município de Campos, o maior do Norte Fluminense, entrou nesta quinta em estado de alerta com a cota do Rio Paraíba do Sul atingindo 10.10, bem próximo do limite crítico, que é de 10.30. Localidades ribeirinhas, como Ilha do Cunha e Matadouro, foram inundadas. Campos tem uma bateria de diques construídos após a enchente de 1966, que protege a área urbana até a cota 11. A preocupação da Defesa Civil do município é com a margem esquerda do Paraíba do Sul, em áreas baixas como Parque Prazeres, Barão de Rio Branco e Presidente Vargas. São três bairros populosos, onde moram mais de cem mil pessoas.

O coordenador regional da Defesa Civil do estado, coronel Moacir Pires, disse ontem que o número de desalojados nos municípios do Norte e do Noroeste Fluminense chegava a 4.566. Em Laranjais, segundo distrito de Itaocara, onde na madrugada de ontem caiu uma tromba d´água, 400 casas tiveram que ser desocupadas e há mais de 150 pessoas numa escola pública.

Também nesta quinta, o prefeito de São Fidélis, David Loureiro, decretou estado de emergência. Desde quarta-feira, o Centro da cidade está alagado e a Defesa Civil está preocupada com a elevação do nível do Paraíba do Sul. Segundo o coronel Pires, os leitos dos rios estão engordando por causa das chuvas no Sul de Minas Gerais e São Paulo. Em São Fidélis, segundo a Secretaria de Promoção Social, são mais de duas mil pessoas desalojadas. Outros municípios atingidos pelas chuvas são: Bom Jesus do Itabapoana, São Francisco do Itabapoana, Cambuci, Italva e Cardoso Moreira. Neste último, onde a última grande enchente aconteceu em 1997, várias famílias deixaram ontem a cidade, que fica espremida entre a BR-356 e o Rio Muriaé.Mortes também na Baixada Fluminense

A Defesa Civil confirmou nesta quinta que outras duas pessoas morreram na Baixada Fluminense em consequência dos estragos causados pelas chuvas fortes que atingiram o estado nos últimos dias. Uma pessoa morreu em Belford Roxo e outra em Queimados, vítimas de desabamento. Na quarta-feira, uma pessoa já havia morrido em Queimados após o desabamento de parte de um barraco . Para combater as enchentes na região, o governo estadual já preparou um plano de emergência para a dragagem dos rios da Baixada . Foi marcado ainda um mutirão de limpeza para ajudar na limpeza dos rios.

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