Ao menos 23 pessoas morreram no Estado do Rio de Janeiro, desde a última terça-feira, em consequência das chuvas, que já deixaram mais 11 mil desabrigados, informou a Defesa Civil. Em Minas Gerais e São Paulo, quatro pessoas morreram em acidentes provocados pela chuva desde quinta-feira.
A região serrana do Rio é a mais castigada, com 22 mortes em desabamentos e soterramentos. Os incidentes aconteceram nas cidades de Sumidouro (sete mortes), Friburgo (dez), Petrópolis (três) e Teresópolis (duas).
A 23a vítima morreu no município de Queimados, na Baixada Fluminense.
``O número de vítimas ainda pode aumentar. A Defesa Civil continua em estado de alerta e buscando desaparecidos'', disse o cabo Leonardo, do Departamento de Relações Públicas da Defesa Civil.
Segundo ele, uma pessoa está desaparecida em Sumidouro, e a Defesa Civil tem recebido inúmeras chamadas sobre riscos de novos deslizamentos de terra.
As regiões norte e noroeste do Estado também estão sendo castigadas pela chuva. Cinco municípios decretaram estado de calamidade pública.
No norte do Estado, o principal rio que corta a região, o Paraíba do Sul, transbordou e inundou ruas, avenidas e plantações. Neste final de semana, deve acontecer um mutirão para limpar ruas e casas e retirar sujeiras do rio.
Em Minas Gerais, um acidente de ônibus deixou três pessoas mortas, incluindo duas crianças de 9 e 11 anos. Segundo a Polícia Militar da cidade de Manhumirim, chovia muito na hora do acidente, que ocorreu por volta da 1h30, no km 98 da rodovia MG-111.
O motorista perdeu o controle do veículo em uma curva, chocando-se contra uma árvore e caindo em uma ribanceira de oito metros. O ônibus de turismo ia da cidade Anchieta (ES) para a capital mineira, Belo Horizonte. Seis pessoas sofreram ferimentos graves e foram levadas a hospitais da região.
Em São Paulo, segundo o site da coordenadoria Estadual de Defesa Civil, 42 municípios foram atingidos e atualmente 55 pessoas estão desabrigadas.
A chuva intermitente que vem ocorrendo há uma semana em Jundiaí, a 60 km de São Paulo, provocou a morte de um menino de 7 anos, cuja residência desabou parcialmente após um deslizamento de terra.
Em Presidente Epitácio, 655 km de São Paulo, um pescador está desaparecido depois de supostamente cair no rio Paraná. Ele retirava uma rede de pesca das margens do rio, ao lado de um colega, quando houve uma forte descarga elétrica provocada por um raio. A polícia realiza buscas no local.
Mais água
Segundo Marcos Sanches, meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), o período intenso de chuvas sobre a região sudeste, típico do verão, se deve ao encontro de frentes frias vindas do sul com a umidade gerada pela região amazônica.
De acordo com Sanches, a região da serra da Mantiqueira, entre os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, já acumula nestes primeiros cincos dias do mês 50 por cento do volume de chuvas esperado para janeiro.
O meteorologista disse que o CPTEC já alertou órgãos de Defesa Civil e prefeituras sobre a possível ocorrência de novas chuvas fortes no próximo fim de semana.
``Há uma frente fria sobre Santa Catarina e o Paraná se aproximando do Sudeste. Precisamos evitar novos desastres'', declarou.
A partir do começo da próxima semana, a previsão é de que as áreas de nebulosidade intensa se movam para o norte de Minas Gerais e para o Espírito Santo, segundo Sanches. (Com reportagem de Eduardo Lima e Fernanda Ezabella)
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas