A passagem de um ciclone extra-tropical causou destruição e prejuízos em Santa Catarina na terça-feira e na madrugada desta quarta-feira. Chuva forte e rajadas de vento de até 138 quilômetros por hora atingiram 17 cidades da costa, principalmente Florianópolis e o município de São José, na região metropolitana da capital catarinense. Foi registrada a pior ressaca dos últimos quatro anos, mas não houve vítimas.
O temporal deixou 25 bairros na Ilha de Santa Catarina sem energia elétrica, alguns por mais de 24 horas. No Aeroporto Hercílio Luz, o vento arrastou um Fokker 100, avião de 44 toneladas, por cinco metros. A aeronave girou cerca de 45 graus depois que passageiros já haviam descido e estavam em segurança. A estrutura de uma caixa d'água no estacionamento do aeroporto não resistiu e desabou sobre três carros.
A força do vento destelhou casas, arrancou árvores, postes, orelhões, placas de publicidade e coberturas de postos de gasolina da região.
Pelas ruas, era comum encontrar guarda-chuvas retorcidos abandonados. O telhado do hospital infantil Joana de Gusmão foi parcialmente destruído. Boa parte das escolas cancelou as aulas.Em alto-mar, as ondas alcançaram sete metros. Na costa, chegaram a quatro metros e causaram danos à orla das cidades de Itajaí e Balneário Camboriú. Segundo levantamento parcial da Defesa Civil, que ainda está contabilizando os prejuízos, 25 em-barcações atracadas bateram em pedras e sofreram avarias.
Seis pescadores ficaram desaparecidos por 13 horas na terça-feira. Eles estavam num barco que foi atingido pelo mau tempo à tarde, quando estava próximo a Imbituba, no litoral sul do estado. Na madrugada de hoje, os seis foram resgatados por um navio pesqueiro. Pela manhã, os pescadores foram levados pelo Corpo de Bombeiros à terra e levados a um hospital porque estavam com hipotermia.
Na tarde de hoje, o tempo melhorou um pouco e o sol chegou a aparecer por algumas horas. Porém, o capitão Márcio Alves, da Defesa Civil, manteve o alerta para que os barcos evitem sair ao mar porque o ciclone continuava ativo em alto-mar.
A força dos ventos foi causada pela conjunção entre o ciclone, que estava sobre o oceano, e a atuação de uma frente fria sobre o continente na Região Sul, segundo o Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram). A grande diferença de pressão entre os dois sistemas explicaria a intensidade das rajadas.
- Já prevíamos ventos fortes, mas não esperávamos que eles chegassem com tanta intensidade à costa - disse Clóvis Corrêa, do Ciram.
Os meteorologistas também fazem questão de distinguir o ciclone do furacão Catarina, que atingiu o litoral catarinense e gaúcho no ano passado.
Enquanto o litoral sofria os efeitos do ciclone, na Serra Catarinense a neve voltou a cair. No Morro da Igreja, em Urubici, uma neve fraca caiu por cerca de 15 minutos na manhã de terça-feira. Foi a quinta ocorrência do fenômeno em 2005.
Pragmatismo não deve salvar Lula dos problemas que terá com Trump na Casa Branca
Bolsonaro atribui 8/1 à esquerda e põe STF no fim da fila dos poderes; acompanhe o Sem Rodeios
STF condenou 265 pessoas pelos atos do 8/1 e absolveu apenas 4
“Desastre de proporções bíblicas”: democratas fazem autoanálise e projetam futuro após derrota
Deixe sua opinião