Guerra verbal
"Ele deveria ficar quieto", diz Lula ao rebater FHC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que na segunda-feira chamou a presidente Dilma Rousseff de "ingrata". "Eu acho que o Fernando Henrique Cardoso deveria, no mínimo, ficar quieto", respondeu Lula durante o lançamento de livro do jornalista Mino Carta, em uma livraria de São Paulo. Para Lula, FHC deveria contribuir para que Dilma continue "governando bem" o país.
Na última semana, PT e PSDB iniciaram uma guerra verbal já de olho na disputa de 2014. Na quarta-feira passada, na festa de comemoração dos 10 anos do PT no governo federal, a presidente Dilma disse que o PT não herdou nada da gestão tucana. Na segunda-feira, em evento em Belo Horizonte ao lado do pré-candidato Aécio Neves (PSDB-MG), Fernando Henrique rebateu Dilma e disse que ela "cospe no prato em que comeu".
No momento em que o PSB trabalha para viabilizar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência, o ex- ministro Ciro Gomes (PSB) e o seu irmão, o governador do Ceará; Cid Gomes, surgem como uma voz discordante dentro do partido. Dois dias depois de fazer críticas diretas a Campos, ontem Ciro atacou a legenda. Cid, por sua vez, foi recebido pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e saiu em defesa do apoio à reeleição da petista.
Durante uma palestra a empresários em Salvador, Ciro Gomes afirmou que se o partido quiser lançar candidatura própria deverá deixar o governo federal desde já e mostrar à sociedade brasileira as falhas da atual administração. "Se o cara é candidato contra a reeleição da Dilma, então tem que sair do governo", afirmou, fazendo referências a Campos e se dizendo um defensor da reeleição da presidente.
O ex-ministro explicou que defende a permanência de Dilma na Presidência porque, segundo ele, em comparação a outras pré- candidaturas já postas, "a do PT é muito melhor, apesar dos seus graves defeitos". Cid Gomes também defendeu ontem o apoio à reeleição da presidente. Segundo ele, esse seria "o caminho natural" da sigla.
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