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Para Cid Gomes, alunos não devem ser “forçados” a cursar disciplinas com as quais não têm afinidade | José Cruz/Agência Brasil
Para Cid Gomes, alunos não devem ser “forçados” a cursar disciplinas com as quais não têm afinidade| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Escolhido para comandar o Ministério da Educação, o governador do Ceará, Cid Gomes, defende que nos próximos quatro anos seja feita uma revisão dos currículos no ensino médio que possibilite ao aluno se aprofundar nas áreas com as quais tenha mais afinidades. Cid acredita que os estudantes não devem ser obrigados a ter conhecimento sobre todas as áreas, como é atualmente.

"Se o jovem tem vocação mais para a área tecnológica, aprofundar matemática, física; se tem vocação mais para a área de humanas, poder ter sociologia, filosofia", disse. "Não forçar todos a terem tudo, como é hoje. Como é uma novidade, vai de encontro à tradição de pelo menos 40 anos no país, deve ser precedido de uma grande discussão. Vamos ouvir experiências de outros países, tem diversos modelos, mas acho que é possível mudar em quatro anos."

Cid diz saber da necessidade de mais recursos para a Educação, mas acredita que as providências que podem ser tomadas já estão sendo feitas pelo Congresso Nacional (como o aumento do porcentual do PIB para a área) e diz que quer redefinir prioridades no financiamento educacional. "Em qualquer área precisaria de mais recursos, mas tem que ter pés no chão e fazer com o que tem", afirmou.

Sobre o salário dos professores, ressalta que irá procurar agir "como magistrado", mas com consciência das limitações. Indica que mudanças ocorrerão apenas a partir da previsão legal de reajuste, sem sinalizações de aumentos significativos para a categoria.

O futuro ministro da Educação acredita que atacar o problema nos primeiros anos de ensino seja um caminho para melhorar sua qualidade, mas afirma também que o ensino médio "enciclopedista" desmotiva e provoca evasão.

Planos diferenciados

Cid Gomes pretende ter planos diferenciados para melhorar o ensino em áreas como Norte e Nordeste. Defende que o foco deve ser onde se concentra a pobreza e que um caminho será ampliar a oferta de escolas de tempo integral.

Sobre o Enem, o futuro ministro defende que é um caminho "irreversível" para o acesso ao ensino superior, mas que, no futuro, os exames ocorram a partir de um grande banco de dados com questões que possam ser feitas a qualquer tempo, em diferentes locais, "como as provas de legislação de trânsito".

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