As declarações do governador Cid Gomes (PROS) de que poderia deixar o cargo antes do dia 5 de abril - para que o irmão Ciro Gomes (PROS) tenha condições de se candidatar ao Senado Federal - abriu a possibilidade de um entendimento entre os partidos aliados ao governo Dilma Rousseff no Ceará. Esse entendimento entre o PROS e o PMDB, que faz questão de indicar o senador Eunício Oliveira (PMDB) ao governo do Estado, pode ser atrapalhado pelo PT - que não abre mão de lançar o ex-líder José Guimarães (PT) como candidato a senador.

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Com apenas duas vagas cobiçadas na chapa majoritária - uma para o Senado e outra para o governo - e três partidos na disputa, as conversas devem se estender por algumas semanas. Quando questionado pelo Broadcast Político sobre qual partido abriria mão das pretensões eleitorais, o presidente do PT no Ceará, Francisco de Assis Diniz, foi direto: "Não será o PT".

Hoje em Fortaleza, Cid e Eunício voltam a se encontrar depois de meses sem diálogo consistente. Após o período de distanciamento, interrompido na semana passada quando a presidente Dilma Rousseff (PT) foi ao Ceará, membros do PMDB local veem boas chances de que as negociações terminem em acordo nas eleições de outubro. "Sou um conciliador. Nós temos uma aliança no Ceará, vou conversar com o governador como um aliado", diz o senador Eunício Oliveira.

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Francisco de Assis Diniz comemora a reaproximação, mas garante que seu partido mantém as pretensões para a chapa majoritária e não aceita a vaga de vice. "É importante a volta do diálogo entre duas grandes lideranças do Estado. Eram três, quatro meses sem conversar", afirma. "A decisão do diretório é por uma candidatura majoritária, preferencialmente ao Senado", completa.

A versão oficial de Ciro Gomes é que ele não tem a intenção de se candidatar, mas há a vontade do irmão, Cid, de convencê-lo a disputar o Senado. Para que a candidatura possa acontecer, Cid Gomes tem que deixar o governo do Ceará até o próximo dia 5 de abril. Pela legislação eleitoral, Ciro não pode ser candidato ao Senado se o irmão não deixar o cargo de governador até seis meses antes da eleição.

A disputa no Ceará é ponto central na relação entre o PT e o PMDB em âmbito nacional. A presidente Dilma sofre pressão para apoiar o candidato do PROS, uma vez que os irmãos Ferreira Gomes romperam com o PSB de Eduardo Campos num ato de lealdade ao governo. Do outro lado, o partido do vice-presidente Michel Temer condicionou o bom relacionamento entre as legendas em todo o País a um apoio do PT à candidatura de Eunício.

fonte: Agência Estado