O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirmou se sentir "extremamente desconfortável" diante de eventual aliança entre seu partido e o PSDB, sinalizada pelo encontro da noite de ontem entre Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), presidentes nacionais das siglas.
Cid é, no PSB, o principal nome de oposição à candidatura de Campos à Presidência no próximo ano e defende que o partido apoie a reeleição de Dilma Rousseff.
Ele afirmou à hoje considerar "natural" o encontro entre homens públicos, mas disse se preocupar com o simbolismo da reunião.
"O PSDB é um partido de oposição a um governo de que nós fazemos parte. Confraternizar com isso é sinalizar que talvez se cogite essa possibilidade de o PSB ser linha auxiliar do PSDB [em 2014] e isso me preocupa. Eu sinceramente fico extremamente desconfortável com essa possibilidade", disse.
O governador critica a possibilidade de os dois partidos dividirem palanque em 2014. "Duplo palanque é coisa de quem não tem posição. Quem tem duas posições, não tem nenhuma", comentou.
Cid tornou públicas as críticas ao encontro na manhã desta sexta (30), quando publicou uma mensagem nas redes sociais: "Linha auxiliar do PSDB. Será esse o papel do PSB em 2014?".
O governador cearense se mantém irredutível na posição contrária à candidatura própria e não dá sinais de que possa apoiar Campos.
Na próxima semana, Cid Gomes almoçará com o deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), que está prestes a obter na Justiça Eleitoral o registro de um novo partido, o Solidariedade, e pode abrir as portas da legenda para o governador, que não pode mais concorrer à reeleição no Ceará.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura