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Entre os municípios do Paraná que têm as câmaras de vereadores com maior custo por habitante, muitos apresentam um índice de desenvolvimento baixo. Das dez cidades onde o valor para manter a estrutura legislativa é superior a R$ 100, apenas uma está bem posicionada no ranking do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.

Flórida, no Norte do Paraná, aparece em 65.º lugar entre os 399 municípios paranaenses no IFDM. O custo da câmara municipal para cada um dos 2.528 moradores é de R$ 114,12. As outras nove localidades com as casas legislativas mais onerosas para a população ocupam posições bem inferiores no ranking Firjan: variam entre o 162.º lugar e o 384.º.

"Se a gente não pode afirmar com certeza que as câmaras mais caras para a população estão em cidades com menor preocupação com desenvolvimento social, a gente tem um indicativo", afirma Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência Brasil, organização não governamental que fiscaliza o Executivo e o Legislativo. "Os recursos são limitados. Se o dinheiro vai, em grande parte, para órgãos públicos e é mal gerido, não vai sobrar recurso para educação e saúde, que são itens que pesam bastante nos índices de desenvolvimento humano", acrescenta.

Para Fabiano Angélico, muitas câmaras foram "invadidas" por pessoas que não têm nenhum interesse no desenvolvimento social. "Temos o alto custo, a baixa produtividade, pois boa parte do tempo dos legisladores é gasto em projetos que dão nome a ruas e denúncias de corrupção. Com isso, a gente percebe que as casas legislativas foram invadidas por políticos que não são políticos, são malandros. Apenas veem as câmaras como um lugar de ascensão."

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