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O cilindro de voz que contém as gravações das conversas entre a tripulação do Boeing da Gol que caiu em 29 de setembro no Parque do Xingu, em Mato Grosso, vai ser encaminhado para análise no Canadá no próximo sábado (28).

O equipamento foi localizado com ajuda de um detector de metais na terça-feira (24). Ele estava enterrado a 20 centímetros do solo, perto dos destroços da cauda da aeronave, e é considerado fundamental nas investigações da causa do acidente.

O Boeing da Gol se chocou com o jato Legacy na divisa entre o Pará e Mato Grosso. Logo depois, o avião da companhia aérea brasileira caiu. As 154 pessoas que estavam a bordo morreram. Equipes da Aeronáutica já resgataram 153 vítimas e continuam procurando pelo corpo do bancário Marcelo Paixão, 29 anos.

A tragédia é investigada pelas polícias civil e federal e por uma comissão formada por especialistas do setor. As informações apuradas pelos integrantes da Aeronáutica, até agora, estão sendo mantidas em sigilo até da Polícia Federal. Nem o delegado Renato Sayão, responsável pelo caso, terá acesso ao material, a não ser que a Justiça determine.

"É uma norma legal. Isso resulta dos tratados internacionais para a aviação civil em toda a parte do mundo, de modo que eu não posso romper isso", declarou o ministro da Defesa, Waldir Pires.

Sayão já pediu à Justiça de Mato Grosso autorização para ter acesso a esses dados.

Os dados das caixas-pretas do Legacy e do Gol que já haviam sido encontradas foram transcritos e analisados por técnicos da Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), no Canadá. Segundo a Aeronáutica, os equipamentos foram enviados para um país neutro para serem avaliados por técnicos de competência reconhecida.

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