Cinco Estados, entre os quais o Rio de Janeiro, já pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a presença do Exército em alguns municípios durante as eleições. A informação é da presente do TSE, ministra Cármem Lúcia, que participou de uma reunião com mais de 500 chefes de cartório, juízes e promotores eleitorais do Estado do Rio.
"Vamos fazer um estudo completo sobre a presença do Exército nas eleições. Eleições municipais costumam ser mais apaixonadas. Queremos também que cada zona eleitoral tenha um juiz próprio, evitando acúmulo (hoje em alguns casos o mesmo juiz é responsável por mais de uma zona eleitoral). Queremos que os cidadãos tenham a presença física dos juízes em cada zona eleitoral, especialmente em áreas mais acirradas", disse Cármem Lúcia, em entrevista na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Rio. Ela não citou os outros quatro Estados que já fizeram o pedido.
O presidente do TRE-RJ, Luiz Zveiter, disse que fará um mapeamento completo das áreas que necessitam da presença do Exército no Estado do Rio, mas antecipou que regiões dominadas por milícia, pelo tráfico de drogas e também as que tenham UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) receberão reforço das Forças Armadas no dia da votação. "No caso das UPPs não vamos deslocar os policiais que cuidam das comunidades para a segurança das zonas eleitorais", afirmou Zveiter.
O presidente do TRE anunciou que montará, em comunidades onde a disputa é mais acirrada ou que tenham a presença do crime organizado, "zonas de exclusão". O objetivo, segundo Zveiter, é evitar a intimidação dos eleitores. Nessas áreas os eleitores serão autorizados somente a entrar nas sessões eleitorais e sair imediatamente depois de votar.
Outra regra anunciada por Zveiter é a proibição expressa do uso de telefones celulares nas cabines. O presidente disse que pretende evitar a prática de os eleitores fotografarem a tela de votação para comprovar o voto em determinados candidatos. Ele disse que os telefones terão de ser deixados com os mesários e acrescentou que quem se recusar a cumprir a ordem poderá ser preso.