Cinco ministros irão depor em comissões permanentes da Câmara sobre supostas irregularidades em suas pastas nos próximos dias. Em um acordo entre governo e oposição, os requerimentos convidando os ministros foram aprovados nesta quarta-feira (3) em comissões permanentes da Casa. O governo tem maioria folgada na Câmara e os convites só foram aprovados com o apoio da base, seguindo a orientação da presidente Dilma Rousseff de que os ministros terão de se explicar no Congresso.

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Com controle sobre as votações, a base barrou, no entanto, um requerimento na Comissão de Fiscalização e Controle propondo uma audiência pública para "discutir as causas e consequências do aumento dos casos de corrupção em órgãos do governo federal", com as presenças do ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage; do diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra; e do procurador Marinus Marsico, entre outros convidados.

Os governistas também derrubaram o requerimento do PSDB para a realização de uma audiência pública para debater denúncias de fraude em licitações realizadas pela Petrobrás. Seriam ouvidos o diretor comercial da empresa Manchester, José Wilson de Lima; o diretor da empresa Seebla, Milton Rodrigues Júnior; o gerente-executivo da Petrobras, José Antonio Figueiredo; e o diretor de serviços da estatal, Renato Duque.

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Ministros

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos (PR), será ouvido sobre as denúncias de corrupção que levaram a presidente Dilma Rousseff a fazer uma "faxina" no ministério e nos órgãos subordinados - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Valec.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), foi incluído nos pedidos porque teria interesse na liberação de recursos para obras no Paraná, quando era ministro do Planejamento, segundo teria afirmado Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit. O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), será ouvido sobre denúncias de favorecimento do órgão a empresas doadoras de campanha eleitoral.

A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, irão falar sobre denúncias de ocupação ilegal de terras em áreas de proteção ambiental e de assentamentos destinados à reforma agrária. Ainda dentro do acordo entre governo e oposição, o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, irá à Câmara para depor sobre denúncias de corrupção no órgão. Inicialmente, o convite era para o depoimento do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.