Cinco vereadores em exercício e quatro suplentes da Câmara Municipal de Sengés, no Norte Pioneiro, tiveram os diplomas cassados pela Justiça Eleitoral pela prática do chamado caixa dois. Os políticos foram destituídos dos cargos e tiveram decretada a inelegibilidade por oito anos. A decisão é de primeira instância e, portanto, cabe recurso.
Integram a lista de vereadores cassados, Antonio Carlos Messias, Márcio Ricardo Santos, Sílvio Gaia, João Batista Vaz e Lourival de Jesus Antonio. Os suplentes que tiveram os diplomas cassados são Eneias Rodrigues, Cláudio Alves de Miranda, Celso Romualdo dos Santos eOrlando Fernandes.
O município de Sengés fica a 270 quilômetros de Curitiba, na divisa entre os estados do Paraná e de São Paulo. A cidade tem pouco mais de 18 mil habitantes e possui 11 vereadores.
A decisão de cancelar os diplomas ocorreu devido a sentenças de nove representações eleitorais do Ministério Público Eleitoral, apresentadas em dezembro de 2012. Os documentos indicam que houve arrecadação e gastos ilícitos na campanha. Os vereadores, segundo decidiu a juíza eleitoral de Sengés, Erika Watanabe, movimentaram recursos ilícitos durante a campanha, por meio de uma madeireira da cidade.
Durante as investigações, segundo informações divulgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), foi apreendido um caderno com anotações de valores recebidos pelos então candidatos, durante o processo eleitoral. O Ministério Público Eleitoral, na época, informou ter recebido diversas denúncias de circulação de candidatos na serraria, que não era o comitê oficial da campanha.
A juíza Erika ressaltou, na decisão, que não foram cumpridas normas eleitorais pelos vereadores. Recibos de doações não foram entregues para justificar os valores constantes nesse caderno. Além disso, não ficou comprovada a legalidade dos gastos realizados pelos então candidatos.
A reportagem entrou em contato com a Câmara de Vereadores para obter um posicionamento oficial da entidade sobre o assunto. A informação fornecida pela coordenação da Casa foi de que apenas o presidente, João Batista Vaz, poderia falar sobre o assunto oficialmente. O número de celular repassado, no entanto, está desligado e não foi possível contatar o vereador até as 11 horas desta terça.
Os advogados dos vereadores não foram localizados para emitir posicionamento sobre o assunto.
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