Em Londrina, também um terço dos vereadores de Londrina mudou de partido no primeiro ano de mandato. Os seis vereadores que deixaram os partidos pelos quais se elegeram em 2004 seriam suficientes para assinar um projeto de emenda à Lei Orgânica, como prevê o regimento interno da Casa. A novidade com relação às legislaturas anteriores é que dessa vez alguns vereadores que fizeram história pela fidelidade aos partidos em que estavam filiados engrossam as estatísticas da infidelidade, enquanto os parlamentares que se notabilizaram por serem "infiéis" não só permanecem nos partidos pelos quais se elegeram, como também não dão sinal de que pretendem mudar.
Tercílio Turini e Jamil Janene, que antes não haviam mudado de partido durante o mandato parlamentar, são os exemplos dos "neo-infiéis" que trocaram de legenda; Henrique Barros e Flávio Vedoato, antes conhecidos pelas constantes trocas de partido, estão no outro lado da moeda, na condição de "neo-fiéis".
Barros está no segundo mandato e na terceira filiação partidária. Foi eleito em 2000 pelo PFL, deixou a legenda para ser candidato a deputado federal pelo PDT em 2002 e trocou os trabalhistas pelo PMDB para disputar a eleição de 2004. Vedoato, outro neófito no quesito fidelidade partidária, está no terceiro mandato. Nunca foi reeleito pelo mesmo partido: chegou à Câmara pelo PTB, conquistou o segundo mandato pelo PL e dessa vez foi eleito pelo PSC.
Colisão
Tercílio era um exemplo de fidelidade partidária. Está no quarto mandato, todos conquistados através do mesmo partido, o PSDB. Símbolo dos novos "infiéis", Tercílio deixou o partido em busca de espaço, depois de bater de frente com o cacique local, o deputado federal Luiz Carlos Hauly. A saída foi conseqüência natural do desconforto provocado pela fritura da candidatura de Tercílio a prefeito. Depois de três mandatos como vereador ele pretendia disputar o Executivo, mas na hora da convenção foi preterido em favor de Hauly, que até então não se colocava como candidato.
Militante do antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) desde o começo da década de 1970, Tercílio passou para o PMDB em 1979, quando a ditadura militar acabou com o bipartidarismo com o objetivo de dividir a oposição. O velho MDB ganhou um "P" e a antiga a Arena virou PDS.
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