Brasília - O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) deu ontem o primeiro sinal de que pode atender ao apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser candidato ao governo de São Paulo. Em reunião com parlamentares e dirigentes do PT, PSB, PCdoB e PDT, Ciro disse estar disposto a concorrer ao Palácio do Planalto, mas ressalvou que pode entrar no páreo em São Paulo se Lula precisar de um palanque para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no maior colégio eleitoral do país.
"Eu estou decidido, mas só o tempo vai dizer se minha decisão (de ser candidato à sucessão de Lula) vai se manter ou se serviremos o país deslocando a candidatura para São Paulo", afirmou o deputado, que é ex-ministro da Integração Nacional.
Na avaliação de Ciro, uma campanha polarizada desde o início entre Dilma, pré-candidata do PT à Presidência, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), favorece o tucano. É com o argumento de que só sua entrada na disputa pode levar a eleição para o segundo turno que Ciro prega esse cenário.
Ele avisou, no entanto, que não será "linha auxiliar" do Planalto se mantiver sua intenção de concorrer à Presidência. "Eu sou muito melhor do que qualquer outro candidato", insistiu. "A Dilma é extraordinária, mas não tem a história de 20 eleições que eu tenho."
Ciro vai conversar com Lula no dia 15 de março e ainda tem duas reuniões com o grupo de partidos que quer lançá-lo ao governo paulista, antes de dar a resposta final. Antes de deixar o encontro de ontem, em Brasília, o deputado recomendou aos dirigentes partidários que contenham a ansiedade. "Precisamos olhar o quadro nacionalmente e botar um pouco de gelo nas veias", brincou.
Apoio
O presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva, disse que o bloco de nove partidos dispostos a apoiar a eventual candidatura de Ciro no estado vão esperar a decisão do deputado. "Nunca tivemos em São Paulo um campo partidário como esse atual. Hoje, a liderança que mais unifica é a do Ciro Gomes", afirmou.
Silva reconheceu, porém, que a "leitura" de Ciro sobre o cenário político nacional é diferente da feita pelo PT por isso o deputado insiste na candidatura à Presidência.
O grupo de nove partidos (PSB, PT, PDT, PC do B, PTC, PRB, PSC, PTN e PT do B) marcou uma nova reunião com Ciro em 15 dias.
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