Um dos principais nomes do Pros, o secretário de Saúde do Ceará, Ciro Gomes, acusou o seu próprio partido de chantagear a presidente Dilma Rousseff para "colocar um corrupto" no Ministério da Integração Nacional, controlado pela sigla.
Ciro fez as declarações sexta-feira (9), durante visita ao Hospital Geral de Fortaleza com o ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT).
"Não vou aceitar que alguém coloque faca no pescoço da presidente Dilma para colocar um corrupto no Ministério da Integração", disse Ciro. O irmão do governador Cid Gomes (Pros) ameaçou deixar o partido caso a mudança se concretize: "Não aceito ficar em um partido que use a chantagem como ferramenta política".
As afirmações de Ciro foram encaradas como uma resposta ao setor da bancada de deputados do Pros que articula a substituição do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira (Pros).
Teixeira assumiu o cargo interinamente em fevereiro em substituição ao ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) e permaneceu no cargo com o aval dos irmãos Ciro e Cid.Ambos negam que tenham indicado Teixeira para o cargo, mas não se opuseram ao desejo da presidente Dilma em mantê-lo no cargo.
Embaraço
A ação para substituição do ministro Francisco Teixeira está sendo articulada pelo líder do Pros no Congresso, deputado federal Givaldo Carimbão (AL), que quer emplacar no cargo Marcos Fireman, ex-secretário de Infraestrutura de Alagoas no governo Teotônio Vilela (PSDB).
O nome de Fireman foi apresentado ao Planalto pelo próprio Carimbão, numa reunião esta semana com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A reportagem não conseguiu contato com Carimbão neste sábado (10).
Deputados do partido ameaçam deixar a base aliada e apoiar a candidatura de Eduardo Campos (PSB) caso o Planalto não atenda o pedido.
Um possível apoio a Campos criaria uma situação embaraçosa para Ciro e Cid Gomes, que deixaram o PSB no ano passado por não concordarem com a candidatura presidencial de Campos e por defenderem a reeleição de Dilma.
Na terça-feira (13), Ciro e Cid Gomes embarcam para Brasília para uma reunião com a bancada do Pros para definir os rumos do partido nas eleições presidenciais deste ano.