O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou nesta segunda-feira que não há mais nenhum argumento legal que possa ser usado para impedir a realização do projeto de transposição do rio São Francisco. Segundo ele, o que está havendo agora é "chute na canela" e "sabotagem".
Em palestra a alunos e professores de engenharia da Universidade Federal do Ceará, o ministro recapitulou todo o processo de criação e desenvolvimento do projeto. Ciro Gomes lembrou que a Organização das Nações Unidas (ONU) determina que a quantidade mínima de água para garantir a sustentabilidade da vida humana é de 1.500 metros cúbicos por habitante por ano e que a região a ser beneficiada pela transposição dispõe de apenas 850 metros cúbicos por habitante por ano. De acordo com o ministro, isso mostra a necessidade do projeto.
Citando números de estudo do próprio Comitê da Bacia do São Francisco, ele disse que não haverá perdas para as populações riberinhas já que os dois pontos de captação das águas estão numa área onde o volume de água é controlado pela vazão das usinas de Sobradinho e de Itaparica e que apenas 26 metros cúbicos por segundo serão retirados do rio.
- Isso significa 1,4% de toda a água que está sendo despejada no mar - argumentou o ministro.
Ciro Gomes refutou as críticas de que não há definição quanto às terras que estão ao longo das margens dos canais que vão levar a água para o Ceará, Rio Grande norte e Pernambuco. Ele disse que essas terras foram demarcadas assim que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Inpe entregou a topografia da área por onde passariam os canais:
- O presidente Lula, atendendo a nossa sugestão, baixou um decreto de utilidade pública para desapropriar uma faixa de terra de 2,5 quilômetros para cada um dos canais. Isso dá 350 mil hectares destinados à reforma agrária - disse.
Segundo o ministro, o que há agora é uma luta política sem nenhuma base técnica ou científica que possa justificar a não-realização da obra que, para ele, já poderia estar pronta em 2006 se não fossem os recursos impetrados na justiça. Ele observou que os dois estados de onde partiram praticamente todas ações para barrar o projeto foram Bahia e Sergipe, ambos governados pelo PFL. Para Ciro Gomes, não é coincidência.
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