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Cid Gomes -que também deve se filiar ao PDT neste mês- foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 50 mil de indenização a Cunha. | /
Cid Gomes -que também deve se filiar ao PDT neste mês- foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 50 mil de indenização a Cunha.| Foto: /

Em sua primeira entrevista depois de filiar-se ao PDT, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes criticou o movimento pró-impeachment e chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de “maior vagabundo de todos”.

Cunha acha pequena condenação de Cid Gomes e avisa que recorrerá

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira, 16, que não se satisfez com o valor de R$ 50 mil a que o ex-ministro da Educação Cid Gomes foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a pagar a título de indenização por danos morais ao peemedebista. Cunha afirmou que irá recorrer da decisão.

Cid foi condenado em primeira instância por dizer que a Câmara dos Deputados tem entre 300 e 400 achacadores. “Não estou satisfeito. Achei pouco. Vou recorrer para receber mais”, comentou Cunha nesta quarta-feira.

Após a declaração, Cid foi convocado pela Câmara para prestar esclarecimentos. Em uma sessão tensa no plenário da Casa, o então ministro não se retratou das acusações que havia feito e foi além, reafirmando tudo o que havia dito antes.

Ao ser chamado de mal-educado pelo deputado Eduardo Cunha, disse que preferia ser acusado por Cunha de mal-educado do que ser como ele, acusado de achaque. O fato acabou provocando a demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação, no final da tarde do mesmo dia em que ocorreu o bate-boca no plenário.

Na ação contra o ex-ministro da Educação, Eduardo Cunha disse que as acusações mancharam sua honra e reputação e a dos parlamentares, pois foram divulgadas por diversos veículos de comunicação, e requereu a condenação de Cid Gomes no dever de indenizá-lo pelos danos morais sofridos. Em sua defesa, Cid alegou que estava se referindo às manobras de pressão política exercidas pelo Legislativo sobre o Executivo quando usou a palavra “achaque”, mas o juiz entendeu que o termo tem sentido pejorativo de “quem ou que extorque dinheiro”.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que seu irmão Cid Gomes -que também deve se filiar ao PDT neste mês- foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 50 mil de indenização a Cunha, por chamá-lo de achacador.

“Cid Gomes era ministro e denunciou que havia um processo de apodrecimento das relações do governo federal com o Congresso Nacional, e que essa deterioração se assentava no achaque, na chantagem. Dito isso, foi lá, meteu o dedo na cara desse maior vagabundo de todos, que é o presidente da Câmara -digo pessoalmente, não como PDT-, pegou o paletó e foi para casa”, disse Ciro.

Apontado pelos novos correligionários como o candidato do PDT à Presidência em 2018, o ex-ministro afirmou que o momento não é de discutir candidatura, mas de defender a democracia, ameaçada, segundo ele, por “forças hostis que não aceitaram o resultado da eleição” e que são alimentadas por forças estrangeiras que têm interesse no petróleo brasileiro.

“Hoje, o moralismo [pró-impeachment] está a serviço da mais cruel imoralidade. O presidente da Câmara dos Deputados, hoje, que infelizmente representa uma maioria de corruptos, é quem tem o juízo de admissibilidade ou não do impeachment, cuja razão seria um crime de responsabilidade. Só que nós vamos enfrentá-los”, afirmou.

“A presidente [Dilma Rousseff] padece, sendo uma pessoa séria, de dois problemas graves: uma equipe muito ruim e uma falta absoluta de projeto”, disse.

Apesar das críticas, Ciro não defendeu que o PDT, que detém o Ministério do Trabalho, desembarque do governo petista. Segundo ele, o partido deve pressionar o governo Dilma a reencontrar suas origens populares.

Procurada, a assessoria do deputado Eduardo Cunha preferiu não comentar as declarações de Ciro Gomes.

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