A cirurgia plástica é a especialidade médica que registrou a maior taxa de processos entre 2000 e 2006, segundo pesquisa do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) divulgada nesta terça-feira (9). Quando uma denúncia é feita ao conselho, é aberta uma sindicância e, caso haja provas suficientes de infração ética, é instaurado um processo contra o médico.
A taxa de processos é calculada tomando-se como base o número de médicos especialistas na área processados dividido pela quantidade de especialistas em atividade multiplicado pelo tempo de formação do médico.
De acordo com o levantamento, que revela o aumento do número de denúncias em sete anos, em cerca de 50% dos processos na área de cirurgia plástica, o médico é julgado por fazer publicidade irregular, como por exemplo, prometer resultados que não podem ser alcançados e afirmar que o procedimento tem segurança absoluta.
"Se você for num consultório e um médico lhe disser que garente o resultado e que não há risco nenhum, procure outro profissional. Não existe nenhum procedimento médico sem risco", adverte o presidente do conselho, Henrique Carlos Gonçalves.
Um outro problema detectado é o de médicos que usam práticas não reconhecidas pelo conselho principalmente em tratamento estéticos. "Em geral, o nível técnico-científico dos profissionais (de cirurgia plástica) é bom. O grande problema são as propagandas enganosas."
A questão da publicidade irregular também é presente na atividade dos urologistas, a segunda especialidade com maior taxa de processos.
Segundo o presidente do Cremesp, antes de fazer uma operação, o paciente deve checar se o médico tem especialização na área e procurar pessoas que já se operaram com ele para saber como foi o procedimento. O site do Cremesp oferece uma pesquisa na qual os pacientes podem checar a formação do médico.