Fachada da Petrobras na sede da empresa no Rio de Janeiro| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Magistrados

Associações ‘em alerta’ para defender juiz

Amanda Audi

Prevendo contestações por parte da defesa de investigados na Lava Jato, associações de magistrados dizem estar em alerta para defender as prerrogativas do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que conduz os processos na primeira instância. As afirmações vieram após reportagem da revista Veja, que diz que há "movimentações" para deslegitimar o trabalho do juiz.

Tanto a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) quanto a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) dizem que, até o momento, não houve qualquer ação efetiva contra Moro. "Há muitas conversas, pessoas dizendo coisas, mas até agora não houve ação, pedido, ameaça. Mas é um caso de bastante repercussão, temos que ficar atentos", diz Antônio César Bochenek, presidente da Ajufe. Anderson Furlan, presidente da Apajufe, comenta que se formou no Brasil "um verdadeiro sistema de constranger magistrados", já que qualquer advogado pode entrar com uma denúncia no CNJ.

As informações publicadas pela revista, que não cita nomes, foram rechaçadas por advogados de defesa ouvidos pela Gazeta e pela Justiça Federal.

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O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, pediu licença do cargo. Ele foi citado na Operação Lava Jato por supostamente participar de irregularidades na compra de navios para a empresa, que é subsidiária da Petrobras. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento à Justiça Federal que Machado teria pago a ele R$ 500 mil para direcionar uma licitação de navios.

"Ele está deixando o cargo temporariamente para que se comprove que ele não fez nada de errado, para se defender", disse uma pessoa das relações de Machado. Segundo senadores, Machado optou pelo pedido de licença após a consultoria Pricewaterhouse colocar seu afastamento como condição para auditar contratos da Petrobras.

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De acordo com reportagem publicada pela agência de notícias Bloomberg, a PricewaterhouseCoopers, que faz auditoria externa da Petrobras, exigiu que a estatal afastasse Machado antes de poder aprovar o resultado financeiro da companhia no terceiro trimestre.

Ainda segundo a Bloom­­berg, o conselho de administração da Petrobras discutiu a demissão de Sergio Machado durante quatro horas na sexta-feira. A reunião, no entanto, foi suspensa sem se chegar a uma decisão. A agência de notícias informou que alguns membros do conselho temiam possíveis atritos que seriam criados com na coalizão do governo de Dilma Rousseff (PT). Machado foi indicado para o cargo pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).