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Cinco meses após pedir afastamento por suspeita de envolvimento com a organização do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT), Cláudio Monteiro, voltou a trabalhar para o Governo do Distrito Federal. Na semana passada, foi nomeado secretário extraordinário da Copa de 2014 e ficará responsável pelos preparativos do evento, entre eles as obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

Monteiro pediu exoneração após a divulgação de grampos da Polícia Federal, nos quais aliados de Cachoeira falavam sobre o suposto pagamento de propina ao então chefe de gabinete em troca de favores na administração. Ele também teria recebido um telefone para falar com o grupo. As conversas também sugerem que o contraventor o teria ajudado na campanha para a Câmara Distrital, em 2010. O ex-servidor sempre negou participação no esquema, ressaltando que, embora citado, não foi flagrado em nenhuma escuta.

Segundo o GDF, um processo disciplinar aberto para apurar as denúncias concluiu que não houve irregularidades. Além das quebras de sigilo fiscal, bancária e telefônica do ex-chefe de gabinete, foram analisados seus atos de ofício e ouvidos os envolvidos no caso.

"Restou concluída a ausência de qualquer deslize ou conduta administrativamente irregular atribuível ao senhor Francisco Cláudio Monteiro", diz despacho de Agnelo.

Como chefe de gabinete, Monteiro tinha status de secretário de Estado e acumulava o cargo de secretário-executivo do Comitê Organizador da Copa 2014. Agora, a área responsável pelo evento passa a ser gerida por uma secretaria extraordinária. Por isso, na prática, mesmo não retornando à antessala de Agnelo, ele continua no primeiro escalão, com cacife e salário de secretário.

A secretaria foi criada no início da semana passada. Monteiro foi nomeado na quarta e começou a trabalhar no dia seguinte. No domingo, inspecionou as obras do Estádio Nacional ao lado de integrantes da Fifa.

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