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Candidato à Presidência da Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) subiu o tom, nesta sexta-feira (2), em relação ao líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), favorito na disputa. O mote do peemedebista é uma Câmara independente do governo Dilma Rousseff.

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"Dizer que quer uma Câmara altiva é achar que a Câmara não é altiva, então tem que dizer quem não honra seu mandato. É só pesquisar as Medidas Provisórias para ver onde essa altivez acaba", afirmou Chinaglia, ao discursar em almoço de apoio à sua candidatura que reuniu cerca de 80 pessoas em Brasília.

A citação das Medidas Provisórias é uma insinuação de que Cunha utilizaria seu peso na Câmara para negociar cargos e verbas com o Palácio do Planalto, além de defender interesses privados. A candidatura petista pretende rebater o discurso de defesa de uma Câmara independente do governo afirmando que a Casa também tem que ser independente dos lobbies.

O peemedebista foi o sujeito oculto do almoço. Mais do que apresentar propostas, os presentes se concentraram em atacar Cunha. "Para que a Câmara não se ponha refém de interesses menores e não republicanos só temos um caminho, a candidatura de Arlindo", discursou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Líder do PROS, o deputado Givaldo Carimbão (AL) afirmou que a candidatura de Chinaglia reúne, neste momento, cem votos, somando os deputados de seu partido com os do PT, PCdoB e PHS. Carimbão disse acreditar que a candidatura petista chegará a 200 votos com a adesão de PR, PP, PSD, PDT e PRB. Para se eleger é necessário obter pelo menos 257 apoios em uma votação que é secreta."Precisamos pular para 257 votos. Não é sonho, não é utopia", discursou Carimbão.

Ao ouvir a afirmação de que Chinaglia tem hoje cem votos, um deputado presente, cético, brincou: "Sem votos?".

O líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), chegou já no final do almoço, acompanhado do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ele afirmou, no entanto, que sua bancada só decidirá quem vai apoiar no dia 30 de janeiro. O partido quer negociar um cargo na Mesa Diretora.

Dos deputados presentes no almoço desta sexta-feira, a maioria era petista. Das cerca de 80 pessoas que participaram do evento, nem todos eram deputados. Havia também senadores e ministros.

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