Marco Maia, em visita à obra no prédio da Câmara, onde foram encontrados escritos de operários que construíram o edifício em 1959: governo vai precisar melhorar sua articulação política| Foto: José Cruz/ABr

O presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT-RS), usou uma metáfora "climática" para descrever o momento conturbado da base aliada no Congresso. Prevendo dificuldades em votações importantes, como a da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), Maia destacou a instabilidade do momento político em Brasília. "O clima na base está como no Rio Grande do Sul de manhã cedo: gelado e com cerração", disse Maia.

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O petista admitiu que o governo vai precisar melhorar sua articulação política para aprovar a prorrogação da DRU. "Vai necessitar de ajuste político, de uma sintonia fina para votações como esta", disse. Ele destacou que os prazos são exíguos para a aprovação da proposta.

Já no Senado, um líder da base aliada afirma que o clima de insatisfação que paralisou as votações na Câmara deve se refletir no plenário da Casa a partir da próxima semana. "Faremos uma rebelião branca", adiantou a liderança, que pediu para não ser identificada. Segundo este líder governista, os senadores da base aliada assinarão os pontos eletrônicos, mas não garantirão presença no momento das votações.

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Esta liderança acredita que não será possível garantir a votação das últimas medidas provisórias aprovadas pela Câmara, que ainda não chegaram ao Senado. A principal insatisfação da base aliada é com o contingenciamento das emendas parlamentares: somente os restos a pagar relativos a 2010 são estimados em R$ 5 bilhões.

Orçamento

A DRU permite ao governo manejar livremente 20% das receitas do orçamento vinculadas a áreas como a saúde. O mecanismo está em vigor até o fim deste ano e o governo deseja prorrogar a DRU até 2015. Para isso, Câmara e Senado precisam aprovar uma mudança na Constituição até o final do ano. O governo precisará de 308 votos na Câmara e 49 no Senado em duas votações em cada Casa.

Já as Medidas Provisórias 530 e 531 – as últimas aprovadas pelos deputados, que instituem um plano de recuperação para escolas públicas destruídas por enchentes –, perdem a validade no dia 5 de setembro. Na prática, entretanto, têm três semanas para serem apreciadas no Senado, porque a semana de 5 de setembro é considerada "morta", por causa do feriado de Sete de Setembro.

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