Ministro da Saúde defende plebiscito para decidir sobre legalização do aborto

Rede Feminista de Saúde entregou ao ministro uma carta assinada por várias entidades elogiando a atitude de Temporão.

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O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Scherer, fez na manhã desta terça-feira duras críticas à defesa da legalização do aborto, tema que ganhou a mídia após declarações do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que propôs a realização de um plebiscito. Scherer disse que a idéia da consulta pública é um "absurdo".

- Sou uma pessoa que vive, não aceito que ninguém toque no meu direito de viver, é um direito inalienável. Botar esse meu direito em plebiscito é absurdo. As pessoas não nascidas são seres humanos também - afirmou Scherer.

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O bispo também lamentou as recentes pesquisas que apontam um baixo índice de confiança da população no Congresso Nacional. Mas também vê aspectos positivos:

- É um fato extremamente lamentável. O Congresso é a casa da democracia. Mas, por outro lado, mostra que a população tem um olho crítico. Isso é bom. Pode ser um estímulo aos deputados para mudar.

Scherer também defendeu, mesmo que timidamente, a presença do Exército nas ruas do Rio, como quer o governador do estado, Sérgio Cabral Filho (PMDB). Em sua opinião, em momentos de crise, todas as forças de segurança devem ser mobilizadas. Scherer, no entanto, disse que a violência só será resolvida com políticas públicas eficazes:

- A presença do Exército em um momento crucial pode ser necessária. Talvez ajude. Mas o problema da violência não se resolve apenas com forças de segurança.

Dom Odilo criticou ainda a criação de um novo feriado nacional em homenagem a Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, que está em discussão no Congresso:

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- Um feriado municipal pode ser bem-vindo. Mas não é a coisa mais importante instituir mais um feriado santo para o Brasil. Talvez não seja oportuno.

A canonização de Frei Galvão está prevista para ocorrer no dia 11 de maio e será um dos pontos altos da visita do Papa Bento XVI ao Brasil. São esperados para a cerimônia um milhão de fiéis.

O novo feriado, que já foi aprovado pelo Senado e está em discussão na Câmara, ocorreria apenas este ano, sem entrar na lista de feriados oficiais do país.