Indaiatuba, SP (AE) A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou ontem uma declaração de apoio ao referendo pelo desarmamento, marcado para 23 de outubro. Os bispos decidiram, em sua 43.ª Assembléia-Geral, reunidos em Itaici, Indaiatuba, a 125 quilômetros de São Paulo, mobilizar os católicos para que votem pelo "sim" no referendo. "Com o referendo somos chamados a contribuir ativamente na consolidação das instituições democráticas. Será uma ocasião histórica para o exercício da soberania popular através do voto", diz a nota da CNBB. "Como bispos da Igreja Católica e como cidadãos, posicionamo-nos à favor da proibição do comércio de armas de fogo e munição, conclamamos os cristãos e todas as pessoas de boa vontade a votar sim nesse referendo".
Na avaliação da CNBB, "proibir o comércio e uso de armas é um passo decisivo, mas não suficiente". Os bispos disseram que são contrários a todo e qualquer tipo de violência e advertem que além da melhoria da segurança pública é indispensável educar para a paz e a defesa da vida.
O presidente da comissão que estudou o assunto, na assembléia, dom Itamar Vian, arcebispo de Feira de Santana (BA), anunciou que a igreja está imprimindo cartazes sobre desarmamento e fará uma campanha de conscientização dos fiéis em suas mais de 7 mil paróquias em todo o Brasil.
"A campanha vai abordar o tema da impunidade. Nossas cadeias estão cheias de pobres e de negros. São presos os que estão roubando pouco, mas não se prende os maiores ladrões do país. Não basta apenas prender os cidadãos, eles têm de devolver aos cofres públicos tudo o que roubaram".
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