No rastro das pesquisas anteriores, a sondagem encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) deve trazer o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cerca de cinco pontos percentuais à frente da ministra Dilma Rousseff (PT), disse à Reuters uma fonte política.
A expectativa é de que a sondagem realizada pelo Ibope - com divulgação marcada para quarta-feira - confirme o movimento capturado por outros institutos: redução da diferença entre os dois principais pré-candidatos.
Em dezembro, Serra tinha 38 por cento. Dilma, 17 por cento. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) exibia 13 por cento. Já a senadora Marina Silva (PV-AC) tinha 6 por cento.
Antes de começar a cair, o tucano havia crescido no último trimestre de 2009. Sobre setembro do mesmo ano, havia escalado 3 pontos percentuais, portanto mais que sua principal adversária, que subira 2 pontos percentuais naquele período.
Agora, a trajetória é inversa. A chefe da Casa Civil já deve ter superado a marca de 25 por cento de intenção de voto. O próprio Ibope identificou esse patamar em fevereiro, quando foi à campo a pedido da Associação Comercial de São Paulo.
O Datafolha mostrou cenário semelhante, e uma diferença de 4 pontos percentuais entre os virtuais competidores. Em fevereiro - uma semana após ter sido lançada com alarde pelo PT - Dilma chegou a 28 por cento das intenções de voto. Galgou, em dois meses, cinco pontos percentuais. Serra, no mesmo período, caiu na mesma proporção.
"Ele está parado e ela está andando. Se comparar a exposição dela na mídia e a dele até agora, ela tem se beneficiado ao máximo da presença do presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) junto a ela", avaliou João Paulo Peixoto, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB).
Ao lado de Lula, Dilma Rousseff pegou carona nos mais badalados eventos do governo. Foi anfitriã em outros. Intensificou sua agenda no Sul e Sudeste, onde José Serra é mais forte, e visitou o Nordeste, região onde é forte seu potencial de crescimento.
A partir do início de abril, a ministra perderá alguns desses holofotes. Preocupado em manter seu ritmo de crescimento, o PT trabalha para evitar uma desaceleração que favoreça o nome da oposição.
"A gente só vai ter uma avaliação mais real da força dela quando ela começar a andar com suas próprias pernas, sem o suporte do Lula", acrescentou Peixoto.