O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou nesta terça-feira (24) que a sigla tenha mais participação nas decisões do governo, ecoando o posicionamento do seu partido. Para o peemedebista, a coalizão da presidente Dilma Rousseff está “capenga”.

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“O PMDB quer dar um fundamento à coalizão, quer participar da definição das políticas públicas. Essa coalizão, ela é capenga porque o PMDB, que é o maior partido do ponto de vista da coalizão, ele não cumpre o seu papel”, afirmou Renan ao chegar ao Senado nesta terça.

Na noite desta segunda-feira (23), a cúpula do PMDB, comandada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, se reuniu com os integrantes da equipe econômica do governo. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pediu apoio aos peemedebistas para a aprovação das medidas de ajuste fiscal do governo que alteram as legislações trabalhistas e previdenciárias que devem gerar uma economia de R$ 18 bilhões ao governo.

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Apesar de terem garantido apoio ao pacote fiscal, os peemedebistas aproveitaram a presença do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) para reclamar da falta de espaço para influenciar nas decisões políticas do governo Dilma.

Com um discurso ensaiado, reclamaram que a legenda só é chamada de última hora para apagar incêndios. As críticas foram disparadas principalmente pelos senadores peemedebistas. Diante das queixas, Mercadante fez uma espécie de mea culpa e reconheceu que é preciso repensar a coalizão.

Espaço demais

Questionado nesta terça se o governo não garante o espaço necessário para que o PMDB participe das principais decisões políticas do país, Renan afirmou que o partido tem espaço “demais”, mas precisa participar da formatação das políticas do governo.

“Espaço o PMDB tem demais, mas não é isso que aprimora, que dá fundamento à coalizão. O que dá fundamento à coalizão é você ter começo, meio e fim para o ajuste, para a produtividade, para antever as etapas. Eu acho que o papel do PMDB nessa hora é sobretudo formatar isso”, disse.

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O presidente sinalizou que garantirá o apoio ao pacote de ajuste fiscal defendido pelo governo, mas ressaltou que será preciso “aprofundar o ajuste”.

“O ajuste tem que cortar no setor público. A sociedade não entenderá se só a população mais pobre pagar a conta do ajuste”, afirmou Renan.

Sem aval das centrais sindicais e com resistências em sua base no Congresso, o Planalto quer preservar a essência do pacote que muda regras para concessão de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e seguro-defeso para pescadores artesanais. A economia será de R$ 18 bilhões neste ano.

O encontro entre os ministro Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexadre Tombini (Banco Central), os sete ministros do PMDB e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de líderes do partido, ocorreu no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.