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O Congresso Nacional é um baú farto de façanhas humanas. Na semana em que se comemora o ``Guiness Day'', o Parlamento brasileiro mostra que também tem recordes curiosos a mostrar.

Um projeto de lei, de 1947, entrou para o ranking congressista como a proposição que tramitou por mais tempo na Casa. O Código Brasileiro de Rádiodifusão ficou à espera de voto por longos 36 anos. Em 1983, tornou-se obsoleto e foi parar no arquivo morto.

O atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), coleciona uma simbólica proeza. É o primeiro comunista a assumir o posto no país e o único a alcançar o cargo em regimes considerados democráticos nas Américas.

Seu antecessor também carrega um troféu, embora detentor de menos pompa. O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) entrou para os anais como o presidente que permaneceu menos tempo no comando da Casa, 7 meses, façanha que acabou rendendo-lhe a espirituosa alcunha de ``O Breve''. Cavalcanti renunciou após denúncia de que cobrava propina de donos de restaurantes que prestam serviços na Câmara.

Passando para o décimo mandato consecutivo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é tido como ``deputado profissional''. Foi eleito em 1971 e nunca mais deixou o plenário. Na eleição de outubro, conquistou seu décimo mandato.

O deputado que mais apresentou projetos de lei (783) desde 1988 foi José Carlos Coutinho, hoje sem mandato, mas o recordista em proposições de toda ordem é o deputado Carlos Nader (PL-RJ), com 7.463.

Se o prêmio mundial fosse usado para prestigiar o deputado mais falador da atual legislatura, Mauro Benevides (PMDB-CE), com 1.328 pronunciamentos até agora, ganharia o troféu. A repetição de discursos no plenário é tamanha que os assessores da Câmara procurados pela Reuters já tinham de cabeça o nome do ''parlamentar falador''. Sorrindo, alguns dizem que ele não precisa de platéia para abrir o verbo, basta apenas o microfone ligado.

O cargo mais cobiçado por um político, a Presidência da República, também entra na lista de recordes. O substituto legal que mais assumiu o cargo, a partir de 1988, foi o deputado Paes de Andrade. Por 12 vezes, ele experimentou o gostinho de despachar no gabinete mais importante do país.

De acordo com a Constituição, o presidente da Câmara assume a vaga na ausência do chefe de Estado e seu vice.

Os senadores da República também colecionam listas extensas de superlativos. Conhecido como orador eloquente, o líder do PSDB na Casa, senador Arthur Virgílio (AM), é o primeiríssimo lugar em pronunciamentos. Com 250 somente em 2005, ele supera, de longe, companheiros de função, como a senadora Roseana Sarney (MA), hoje sem partido. No mesmo período, ela só foi uma vez à tribuna.

O colega Mão Santa (PMDB-PI), famoso pelos discursos longos e dramáticos, foi indicado por outros senadores e funcionários da Casa a diversos ``prêmios do guiness político''. É ele quem mais faz apartes no plenário, 357 só no ano passado, e quem mais cita Deus, Ruy Barbosa, Getúlio Vargas e Ulysses Guimarães em seus pronunciamentos. Ele também aparece em primeiro lugar no ranking de bordões repetidos da tribuna. Os preferidos: ''Atentai, oh Lula'', ``Lula, aquele que nada sabe e nada vê'', ``o meu querido Piauí.''

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