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Renan: denunciado ao STF por apresentar notas frias para se defender no caso da amante | Geraldo Magela/Agência Senado
Renan: denunciado ao STF por apresentar notas frias para se defender no caso da amante| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

1.º de fevereiro é o dia da eleição da Mesa Diretora do Senado. Considerado favorito, Renan Calheiros começa a sofrer pressões para desistir de concorrer ao cargo.

Até agora o nome mais cotado para assumir a presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) está sofrendo pressão de alguns colegas para que desista de concorrer ao cargo. Nas últimas semanas, o peemedebista foi alvo de uma série de denúncias de irregularidades. A gota d’água foi a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Renan pelo caso envolvendo a jornalista Mônica Veloso, em 2007. Na época, Renan apresentou notas frias para se defender das acusações de que um lobbista pagava a pensão da sua filha com Mônica, de quem havia sido amante. O caso tramita no STF em segredo de Justiça.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu ontem que Renan desista de sua candidatura à presidência da Casa e indique para o cargo um nome que seja aceito por "todo o Congresso" para que se inicie "uma nova fase" no Senado. Para o tucano, Renan, como líder do PMDB, seria o "maior interessado" em conduzir o partido para indicar um nome "que possa ser tranquilamente aceito por todo o Congresso e não apenas pela bancada" peemedebista.

Segundo Aécio, os tucanos ainda não têm uma posição definida sobre a eleição no Senado. De acordo com ele, a bancada tucana se reunirá na quinta-feira para "avaliar o caminho a tomar". "Mas acho que cabe ao PMDB criar facilidades para que possamos ter um nome que agregue a todas as forças políticas do Congresso Nacional, para que o Senado inicie uma nova fase", declarou.

Renan sofre pressão também de integrantes da base governista. O senador petista Eduardo Suplicy (SP) encaminhou uma carta a Renan com pedido para que o peemedebista retire seu nome da disputa à presidência da Casa. Suplicy defende que, no lugar de Renan, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) seja indicado pelo PMDB para concorrer ao comando da Casa na eleição da sexta-feira.

O petista argumenta que Simon, além de ter o "apoio unânime de praticamente os demais 80 senadores", é um parlamentar que não tem registro de "qualquer mal feito ou procedimento incorreto que possa ser considerado grave".

Apesar do apelo de Suplicy, Simon disse que não tem chances de se eleger presidente do Senado por adotar uma postura de "opositor" no Congresso. Simon afirmou que está disposto a apoiar a candidatura de Randolfe Rodrigues (PSol-AP) ou Pedro Taques (PDT-MT), do grupo dos chamados "independentes", mas admitiu que são nomes que "não têm nenhuma chance de ganhar" contra Renan.

A ideia de Simon era lançar um nome do PMDB mais alinhado com o Palácio do Planalto, como o senador Luiz Henrique da Silveira (SC), mas sua proposta não prosperou no partido. "A nossa chance era encontrar um nome no PMDB, como o Luiz Henrique, mas ele não aceita. Seria interessante se o Renan renunciasse e encontrássemos um nome de entendimento. Vai ser triste para o Senado esse debate [sobre as denúncias contra Renan]", disse Simon.

Renan não admite oficialmente que é candidato, mas trabalha nos bastidores para suceder José Sarney (PMDB-AP) no comando do Senado. O líder do PMDB deve oficializar sua candidatura amanhã.

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