O senador Fernando Collor (PTB-AL) afirmou nesta quinta-feira (20) que a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi construída sob “sucessivos lances espetaculosos” e acusou o procurador de fazer um “festim midiático”. Janot protocolou nesta tarde a denúncia contra o petebista por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. A denúncia está sob sigilo.
“Como um teatro, o PGR encarregou-se de selecionar a ordem dos atos para a plateia, sem nenhuma vista pela principal vítima dessa trama, que também não teve direito a falar nos autos. Por duas vezes, o senador solicitou o depoimento, que foi marcado e, estranhamente, desmarcado às vésperas das datas estabelecidas”, escreveu Collor em nota publicada em sua página do Facebook.
“Se tivesse havido respeito ao direito de o senador se pronunciar e ter vista dos autos, tudo poderia ter sido esclarecido. Fizeram opção pelo festim midiático, em detrimento do direito e das garantias individuais”, completou.
Investigadores da Lava Jato apontam que um grupo ligado ao senador recebeu cerca de R$ 26 milhões em suposta propina do esquema de corrupção da Petrobras entre 2010 e 2014.
O esquema vinculado ao congressista, segundo as investigações, envolvia assessores do Senado, colaboradores, empresas em atividade e outras suspeitas de serem de fachada.
As fontes dos repasses, segundo a Lava Jato, eram contratos de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a Petrobras Distribuidora e a DVBR Derivados do Brasil.
Os representantes de Collor seguiam uma “cartilha” para tentar dificultar a identificação do esquema, com várias transações financeiras para não chamar atenção dos órgãos de controle, como depósitos fracionados.
O senador teve uma passagem relâmpago pelo Senado nesta quinta. Por volta das 18h, ele chegou à Casa, registrou presença no plenário do Senado e foi embora.
Leia a íntegra da nota:
“SE TIVESSE HAVIDO RESPEITO AO DIREITO, TUDO PODERIA TER SIDO ESCLARECIDO - O senador Fernando Collor reitera sua posição acerca dessa denúncia, que foi construída sob sucessivos lances espetaculosos. Como um teatro, o PGR encarregou-se de selecionar a ordem dos atos para a plateia, sem nenhuma vista pela principal vítima dessa trama, que também não teve direito a falar nos autos. Por duas vezes, o senador solicitou o depoimento, que foi marcado e, estranhamente, desmarcado às vésperas das datas estabelecidas. Se tivesse havido respeito ao direito de o senador se pronunciar e ter vista dos autos, tudo poderia ter sido esclarecido. Fizeram opção pelo festim midiático, em detrimento do direito e das garantias individuais.”
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