Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aponta que o ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) recebeu R$ 26 milhões em propina, entre 2010 e 2014, fruto de “sofisticado esquema de lavagem de dinheiro”. Para tentar amenizar o prejuízo, Janot pede que os carros de luxo, apreendidos pela Polícia Federal no mês passado, não sejam devolvidos ao senador, por ser “possivelmente produtos do crime”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Collor acusa Janot de ‘vazar’ parecer para imprensa antes de chegar ao STF
“Informações que correm sob segredo de Justiça foram vazadas de forma seletiva e criminosa pelo procurador-geral. Vejam a gravidade deste ato”, criticou
Leia a matéria completaSegundo o relatório, Collor recebeu entre 2011 e 2013 cerca de R$ 800 mil em depósitos fracionados, parte deles em dinheiro vivo – sócio da afiliada da Rede Globo em Alagoas, o ex-presidente recebeu da emissora R$ 249 mil.
Além da TV, duas outras empresas do senador aparecem no matéria encaminhado ao STF, a Água Branca participações e a Gazeta de Alagoas. Há depósitos feitos no nome de uma empresa para a outra. A suspeita é de que a Água Branca seja uma empresa de fachada, já que não tem sede, funcionários nem participação em outras empresas. “Mas estranhamente tem a propriedade de três carros de luxo”, escreveu Janot no relatório.
Collor registrou uma Lamborghini, uma Ferrari, um Bentley e uma Land Rover em nome da empresa.Foi Collor que pediu a devolução dos carro e não a empresa. Janot sustenta que quem deveria fazer o pedido era o ex-presidente e que não há “restituição de produto do crime”. O procurador aconselha o STF a negar o pedido do senador.
Prestações atrasadas
Collor está devendo parte das prestações da Lamborghini. O ex-presidente deu um carro de entrada no valor de R$ 400 mil, mais parcelas em dinheiro totalizando R$ 1,2 milhão, além de assumir um financiamento de R$ 1,6 milhão. É esta parte da operação que está atrasada. No material encaminhado ao STF, Janot sustenta que o política está “inadimplente” provavelmente em razão do “fim do fluxo de propina” por causa da Operação Lava Jato.
O caso será apreciado pelo ministro do Supremo Teori Zavascki, relator da Lava Jato.
Outro lado
Collor sustenta que a Águas Claras existe regularmente, nega relação entre a compra dos veículos e a corrupção na Petrobras e acusa o Ministério Público Federal de perseguição.
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