O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) vai se afastar do Congresso a partir do dia 29, dando lugar ao suplente Euclides Mello, que é seu primo. Oficialmente, Collor diz que está se afastando porque a pauta de seu interesse, a proposta de emenda constitucional (PEC) que institui o Parlamentarismo, de sua autoria, e as sessões da Comissão do Meio Ambiente estão paralisadas por causa da crise envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a prorrogação da CPMF. Nos quatro meses de afastamento, Collor afirma que dará prioridade a viagens pelos estados para falar da PEC e dar palestras sobre meio ambiente.

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Nos bastidores, no entanto, o afastamento do ex-presidente da República é visto como uma forma de não se envolver no processo de votação do processo de cassação de Renan Calheiros e dar visibilidade ao primo, que é candidato a prefeito do município alagoano de Marechal Deodoro no ano que vem. Collor está reestruturando o PTB de Alagoas e trabalha pela eleição de Euclides Mello, que é ex-deputado federal e seu braço-direito.

Na tarde desta segunda-feira, Euclides Mello deu a entender que, assumindo o mandato, não vai votar pela cassação de Renan. Segundo ele, Renan é muito importante para Alagoas. Euclides Mello chegou a comparar a situação de Renan com a de Collor quando era presidente.

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- É muito ruim para o estado (o afastamento). O Renan, como presidente do Senado, ajuda muito Alagoas. Seria muito ruim para o estado perdê-lo. Pelo noticiário, a situação dele é muito ruim, mas na época do Collor era o pior possível e quando foi ver, não era nada daquilo que se noticiava - afirmou.

Nos quatro meses de mandato, Euclides Mello disse que vai ajudar a defender os interesses de Alagoas e de Marechal Deodoro, lembrando que será o primeiro senador da cidade. Se Collor tirasse licença por um período inferior a 120 dias, o suplente não assumiria a vaga.