Se os Estados Unidos formalizarem o pedido de extradição do traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía ao Brasil, a Colômbia não fará um requerimento similar, disse na terça-feira o chanceler colombiano, Fernando Araujo.

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Abadía, conhecido como "Chupeta", condenado na Colômbia por tráfico de drogas, foi capturado este mês em uma luxuosa residência em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, e está preso em Mato Grosso do Sul.

Considerado chefe do cartel colombiano de drogas Norte del Valle, ele é requerido pelos Estados Unidos por tráfico de drogas e pelo assassinato de 15 pessoas, incluindo policiais. O criminoso também é acusado no Brasil de lavagem de dinheiro e na Colômbia de ordenar cerca de 300 assassinatos.

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O chanceler da Colômbia, durante visita ao Brasil, disse que a detenção de "Chupeta" foi fruto da estreita cooperação que existe entre as forças de segurança colombianas e brasileiras, e afirmou desconhecer se outros traficantes de seu país têm buscado refúgio em território brasileiro.

Sobre a situação de "Chupeta", o chanceler lembrou que ele "está condenado na Colômbia pelo delito de narcotráfico", mas disse que "se os Estados Unidos apresentarem um pedido de extradição (e este for aprovado), nós abriremos o caminho" para que o traficante seja julgado pela Justiça norte-americana.

O advogado de Abadía no Brasil disse que o colombiano, de 44 anos, manifestou seu desejo de ser extraditado para os Estados Unidos.

Para a extradição ser concretizada, os Estados Unidos, onde em alguns distritos existe a pena de morte e prisão perpétua, seria necessário um acordo prévio sobre sua possível condenação.

Segundo as leis brasileiras, o país que quiser um acusado deve comprometer-se a não aplicar uma pena maior que 30 anos, que é o máximo previsto no Brasil.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir se Abadía será julgado primeiro no país pela acusação de lavagem de dinheiro.