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"Esse adesismo agora é perigoso, é preciso respeitar a história do partido."

Osmar Dias, senador, sobre a entrada do PDT na coalizão do governo federal.

Há quem diga que o senador Osmar Dias poderá ser o ministro da Agricultura no novo mandato de Lula. Certamente, quem diz isso não leu o discurso que ele pronunciou no Senado menos de dois meses atrás, quando seu partido, o PDT, estava discutindo se entraria ou não na coalizão lulista. Do alto da tribuna, o paranaense criticou com firmeza os seus pares.

"É preciso ter um mínimo de coerência", defendia, conforme se pode ler em www.senado.gov.br. Dizia mais: "Se o comandante Brizola estivesse vivo, com toda a certeza, não seria essa a postura do PDT". Osmar comentava que seu partido havia ficado independente no segundo turno, não apoiando nem Lula e nem Alckmin, e por isso deveria manter essa postura depois das eleições.

"Agora, para o PDT, que não apoiou, mudou o quê? O governo é o mesmo, a política é a mesma. Então, foi o PDT que mudou. Se o PDT mudou, não vou mudar. Vou continuar agindo da mesma forma aqui: de forma independente", falava Osmar. Isso era no dia 29 de novembro passado. Portanto, nem 60 dias atrás. E é de se imaginar que Osmar também não tenha mudado de lá para cá.

Durante o seu discurso, Osmar Dias foi aparteado por vários senadores. Um dos comentários foi especialmente importante. Era o seu correligionário do Amazonas, Jefferson Peres, que pedia a palavra para dar parabéns à postura independente de Dias. "Ir para o governo em troca de ministérios, com o devido respeito pelos que pensam diferente de mim, chama-se adesismo", afirmava o senador, homenageando o paranaense.

Osmar não se fez de rogado. Concordou com o colega e adotou até a mesma palavra para definir o ato dos colegas que pensavam em ir para o governo. "Portanto, o PDT tem uma credibilidade imensa, tem uma história que precisa ser preservada. Esse adesismo agora é perigoso, é preciso respeitar a história do partido", registra o site do Senado.

Sendo assim, é de se acreditar que o senador paranaense não iria mudar de idéia com esta rapidez. Certamente manterá a coerência que exigia à época de seus colegas. E continuará, conforme suas próprias palavras, fazendo "oposição da forma responsável que nós fizemos – senador Jefferson Peres, eu, Senador Cristovam Buarque –, para que nós possamos continuar merecendo a credibilidade da população."

Radar

Homenagem – Oito páginas. Foi esse o espaço que o Jornal da Assembléia dedicou para fazer suas homenagens ao deputado Hermas Brandão, que deixa o Legislativo no fim do mês. Além de um longo artigo de quase duas páginas, assinado pelo deputado, há diversas matérias elogiosas sobre os projetos aprovados pelo deputado, sobre sua atuação nos seis mandatos e até referências a seu trabalho com secretário de Estado da Agricultura. Completa a homenagem uma série de elogios feitos por políticos locais, como Beto Richa e Deni Schwartz.

Para Justus – Falando na saída de Hermas Brandão, é preciso registrar que o atual presidente decidiu não assinar a contratação das obras do novo anexo da Assembléia. Hermas disse que seria estranho fazer o acordo no fim de seu mandato, e preferiu deixar os trâmites para o seu sucessor, que provavelmente será Nelson Justus. Também ficará para Justus a tentativa de desatar os nós judiciais que impedem o funcionamento da TV Assembléia.

Edital – O preço máximo previsto para a contratação do Anexo II era de R$ 22 milhões. Isso no primeiro edital, lançado ainda durante a gestão de Hermas. O prédio deveria ter sete andares e abrigaria gabinetes de deputados e a sala das comissões, além dos estúdios da TV Assembléia. Agora, será necessário fazer um novo edital, caso ainda haja interesse em erguer o novo prédio.

Isto também é política – Os bancos têm, por lei, a obrigação de dar preferência a gestantes, idosos e deficientes. No entanto, ao invés de simplesmente passarem à frente os clientes preferenciais, algumas agências adotam um sistema que acaba burlando o espírito da lei. Deixam um ou dois caixas para atender quem tem preferência. O problema é que às vezes vai se formando uma fila gigantesca nesses caixas. E a idéia, que era evitar de deixar esperando os velhinhos, as grávidas e os deficientes, se perde completamente. Agora, a pergunta é: quem anda fiscalizando isso?

O colunista Celso Nascimento está em férias.

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