"Se o secretário de Saúde, por exemplo, usar cadeira de rodas, os prefeitos terão de adaptar os prédios públicos para recebê-lo." A frase é uma das justificativas dadas pelo senador Flávio Arns para sua proposta de dar cargos de primeiro escalão para pessoas com deficiências físicas. O petista não dá um número exato de postos que pretende destinar a essa cota, mas garante que ela existirá.
Na verdade, não é segredo: a força das campanhas de Arns vem em boa parte das Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes), que dirigiu durante quase toda a década de 90, e de outras instituições de terceiro setor. Várias delas ligadas às pessoas com deficiências. Em 2002, ninguém dava muita bola para sua candidatura ao Senado. Outros candidatos, incluindo Paulo Pimentel e Tony Garcia, se digladiavam enquanto Arns comia pelas beiradas. Acabou levando a vaga com quase dois milhões de votos. Perdeu apenas para Osmar Dias, novamente seu adversário na disputa pelo governo do estado.
Agora, Arns garante que 50% dos postos de primeiro escalão ficarão com mulheres. Os negros terão direito a 20% dos cargos. Com um discurso desses, não precisa dizer que muita gente no movimento social vai ficar tentada a apoiá-lo. Mas ninguém parece dar bola a sua candidatura. De novo.
Por pouco
Mais uma vez, Osmar Dias e Roberto Requião estiveram perto de se cruzar durante atos de campanha.
Ontem, o governador foi à tarde para Siqueira Campos, onde ocorre a festa do Bom Jesus da Cana Verde.
Osmar Dias tinha saído de lá pouco depois do meio-dia. Os dois têm feito percursos iguais com freqüência. Semana passada, eles passaram pela Colônia Muricy com poucas horas de diferença, como já havia acontecido em Cascavel e Guarapuava.
Os assessores dos candidatos já começam a fazer fofocas, dizendo que um está copiando a agenda do outro.
Em meio à guerra
O site de Rubens Bueno traz um artigo do deputado estadual Marcos Ísfer sobre o Líbano. Descendente de libaneses, o político aproveitou a deixa da visita de uma comissão parlamentar vinda de Beirute para elogiar a pátria de seus antepassados. Diz que o Líbano "é um exemplo a ser seguido no que diz respeito à persistência de seu povo, na firmeza de seus atos e na responsabilidade de seu governo."
Isto também é política
Manoel Batista do Nascimento é migrante. Nasceu em Pernambuco, passou por Maceió, Campo Grande, e nos anos 90 chegou a Curitiba.
Trabalha como porteiro em um prédio da capital. Construiu com as próprias mãos a casa em Colombo. Ele e a mulher Cláudia trabalham o dia inteiro.
As filhas, Gabrielle, de 9 anos, e Vitória, de 6, têm de ir sozinhas ao colégio.
Preocupado, Manoel pede que elas liguem assim que cheguem em casa. "Não é o ideal, mas não tem outro jeito", diz. Além, da segurança, Manoel acredita que a saúde é outro problema no bairro do Alto Maracanã, onde vive: prefere trazer as filhas para ser tratadas em Curitiba.
Não se arrepende de ter vindo para o Paraná. Mas diz que não vota mais em ninguém. Não confia mais em político algum.
O que foi dito
"Transformou-se o processo eleitoral em uma chacota, em um cerceamento continuado do contraditório. E isso tudo a partir desse ódio corporativo que a Magistratura tem dos políticos, o que é extremamente nocivo para o funcionamento da Justiça no Brasil e para o funcionamento da democracia."
Roberto Requião, discurso pronunciado no Senado em 30 de agosto de 2000.
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