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"A urna eletrônica brasileira não é imune à fraude, mas é praticamente imune à detecção dessa fraude."

Maurício Quintela Lessa, deputado alagoano, durante audiência pública sobre a segurança das urnas eletrônicas brasileiras.

O transporte coletivo de Curitiba é um negócio milionário. São mais de 1 milhão de passagens pagas a cada dia. O aumento de R$ 0,10 anunciado ontem pela prefeitura pesa um pouquinho no bolso dos passageiros. Mas rende um bom bocado para quem administra o sistema. E eis o mais curioso: há meio século, quem gerencia essa fortuna – juntamente com a prefeitura – é um pequeno grupo de pessoas. Apenas sete famílias têm o privilégio de operar as linhas urbanas. Outras 12 empresas têm acesso ao prato secundário: as linhas integradas, que levam passageiros de Curitiba para cidades vizinhas e vice-versa.

Ontem, ao mesmo tempo em que deu a má notícia do aumento, a prefeitura se agarrou ao que pode vir a ser uma notícia melhor. Depois de um bom tempo sem falar no assunto, subitamente o prefeito Beto Richa anunciou que dentro de 90 dias sai o edital para licitação do serviço. Na prática, isso significa que as empresas que detêm a concessão vão ter de disputar com outras o direito de faturar com o serviço. Quem oferecer preço melhor, leva.

É preciso lembrar que as empresas que estão aí, carregando passageiros espremidos pela cidade, têm a concessão desde o tempo do epa: algumas atuam desde a década de 1950. Nunca passaram por licitação, embora a Constituição determine que o procedimento seja feito. Nos anos 80, Requião tentou dar um drible nos donos do negócio criando uma frota própria da prefeitura. Não funcionou. Agora, por determinação do Ministério Público, Richa diz que vai fazer a licitação.

Obviamente, há chiadeira. "Não se pense que a licitação é a chave mágica para as deficiências que a vida urbana apresenta", afirmou recentemente Rodrigo Hoelzl, o presidente do sindicato dos afortunados donos de empresas de ônibus em Curitiba. As empresas querem que tudo continue como está. Dizem que são as mais capacitadas para gerir o transporte. Bem, se forem mesmo, certamente ganharão a concorrência.

O importante é que a licitação saia do papel. Há dois anos Richa promete que vai fazê-la. Está mais do que na hora de cumprir. Até porque as empresas que vêm desde o bonde já falam em assumir o controle do metrô, caso ele venha a existir. É tempo demais sem que se faça uma licitaçãozinha sequer.

86% dos lacres das urnas eletrônicas apresentaram defeitos durante as eleições de 2006. O número foi apresentado durante audiência pública realizada em Brasília onde se discutiu a segurança das urnas. O dado teria partido de um levantamento do próprio TSE. Apenas 14% estavam corretamente aderidos às urnas. Os outros 86%, supostamente, poderiam ser removidos sem ser destruídos, o que permite a fraude no equipamento.

Primeira mão

Roberto Requião anunciou na terça-feira, durante a escolinha do secretariado, que César Franco, ex-diretor do Detran, estava sendo preso. Durante a campanha do ano passado, o governador anunciou na tevê que iria fechar todas as casas de jogo de bicho na manhã seguinte. Também na escolinha, Requião anunciou outras fiscalizações. Já tem gente dizendo que a idéia do governador é aumentar a audiência da reunião e levar alguns pontos do Ibope para a gloriosa Paraná Educativa. Afinal, como diz um colega maldoso, a partir de agora vai ter muita gente de olho na telinha para saber se precisa fugir ou se esconder.

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