"Entreouvido na ante-sala da Presidência no Palácio do Planalto, após a canonização de Frei Galvão: 'Teve santo no governo Fernando Henrique?' Alguém ainda acrescentou: 'Nem astronauta!'"

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Tutty Vasques, colunista do site No Mínimo

A série de matérias da repórter Pollianna Milan, publicada na Gazeta do Povo desta semana, mostra bem a bagunça que virou o Tribunal de Contas do Estado. Parentes dos conselheiros entravam pela porta dos fundos, prestando concurso para motorista ou algum cargo mais fácil. Depois, lá dentro, usando um artifício legal, eram elevados aos postos de mais alto salário. Coisa que, segundo os cálculos da repórter, pode custar a nosso bolso mais de R$ 376,1 mil por mês. Ou seja: pelo menos R$ 4 milhões por ano.

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Mas não é só isso. O Tribunal de Contas é um órgão politizado, no mau sentido da palavra. Em teoria, os conselheiros, que governam a instituição, devem cortar todos os seus laços políticos ao entrar lá. Devem ser não só apartidários como também viver apartados dos políticos que irão julgar. Mas o mundo não é um faz de contas: eles são indicados para o cargo por políticos. E normalmente são ex-deputados ou aliados de governadores.

O sistema de indicação em si mesmo já é falho. Esperava-se, no entanto, que os conselheiros pelo menos se esforçassem um pouco para disfarçar suas relações com o mundo político. Não é o que acontece. Veja-se o caso do mais novo conselheiro, Hermas Brandão. Aliado de Roberto Requião, chegou a ser vice em sua chapa para a reeleição. Só não está no lugar de Orlando Pessuti por questões legais. Ganhou o cargo no tribunal como prêmio de consolação.

A partir daí, podia se imaginar que Hermas iria se distanciar do governador. Afinal, as contas do governo de Requião – assim como as de diversos prefeitos aliados do governador – passarão pelo seu crivo. Pois vejam só onde está Hermas neste exato momento: em Paris, acompanhando viagem oficial do governador.

Qual é o motivo possível para um conselheiro do Tribunal de Contas ir junto com o governador para o Japão e a França? Decerto foi fiscalizar em tempo real os gastos da comitiva oficial. Pode-se ver a imagem: Requião comprando algo e Hermas do lado, pedindo para ver o comprovante do cartão.

Só o que se espera agora é que Hermas se declare impedido de julgar as contas do governador quando chegar a hora de elas serem votadas. Pelo menos isso.

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Filho único

O suplente de senador Wilson Matos, que está no lugar de Alvaro Dias enquanto este repousa longamente de uma cirurgia no joelho, apresentou apenas um projeto de lei até agora. Quer que os motoqueiros do país todo tenham pintado no capacete a placa da moto que dirigem. Segundo ele, é uma medida de segurança. Se o motoqueiro usar o capacete como disfarce durante um crime, a placa estará estampada. Diz o suplente que na Colômbia funcionou.

Piadinha

Aliás, Alvaro e Osmar Dias já acumulam tantos mandatos de senador que surgiu até uma piadinha. Dizem que das três vagas a que o Paraná tem direito no Senado duas são fixas e apenas uma é rotativa.

Para as calendas

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O diretor de Transportes da Urbs, Fernando Ghignone, diz que o novo sistema de ônibus planejado para a cidade, que prevê ultrapassagens dos veículos dentro das canaletas, garante a eficiência do transporte coletivo sobre rodas por mais dez ou 15 anos. Traduzindo para o português, isso quer dizer o seguinte: metrô, em Curitiba, só lá por 2020.