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Talvez seja coincidência. Talvez não. Mas o fato é que, faltando pouco mais de um ano para a eleição municipal, o prefeito de Curitiba mandou seus assessores encontrarem algum jeito de baixar a passagem de ônibus na cidade. Ou, pelo menos, de evitar que o preço suba mais: neste ano, poucos meses depois de Luciano Ducci (PSB) assumir o cargo, o passageiro teve que passar a pagar desagradáveis R$ 2,50. Para uma pessoa que pague duas passagens por dia, são R$ 150 num mês. Não é pouco.

A primeira ideia que a Urbs vai testar é a de colocar publicidade em vídeo nos ônibus. Com um público de 2 milhões de pessoas por dia, certamente haveria gente interessada em divulgar propaganda. O dinheiro iria para o fundo que paga os empresários de ônibus e cada real pago pela empresa – seja de sabonete ou de batatinha frita – seria poupado ao bolso do passageiro.

Fabiano Braga Côrtes Júnior, um dos homens fortes de Ducci na Urbs, diz que não há nada acertado por enquanto. Pri­­­meiro, a prefeitura quer ver se alguém tem um sistema que funcione nos ônibus de Curitiba. Depois, se tudo funcionar como se espera, vai-se abrir uma licitação (espera-se que mais curta que as últimas do município). E só depois irá se saber que impacto isso poderá ter na tarifa.

De qualquer jeito, o que já se sabe é que há gente grande interessada em botar telinhas nos ônibus. Algumas das maiores empresas de comunicação para mídia móvel andaram sondando a prefeitura. O que mudou agora é que a prefeitura, talvez assustada com os aumentos que possam vir pela frente, topou ouvir as propostas e ver no que dá.

Em tese, a corrida pelo público do busão começou ontem. A Urbs anunciou formalmente que está disposta a testar projetos piloto dentro dos ônibus. As empresas selecionadas teriam 60 dias para fazer suas traquitanas rodarem filmetes para o público. No início, sem publicidade e sem ganhar nada pelo serviço.

A Urbs já pensa em outros projetos, embora ainda mais embrionários. O que se tem certeza é que é preciso fazer alguma coisa para frear a passagem. Primeiro, porque a frota de carros da cidade já passa de 1,1 milhão de unidades. O suficiente para entupir as ruas, irritar os motoristas e levar o ar da cidade à (péssima) qualidade das grandes metrópoles.

Ducci, que quer ser reeleito em 2012, sabe que o ônibus é um tema fundamental em qualquer eleição municipal. Jaime Lerner fez dos expressos seu cartão de visita. Requião criou, como prefeito, uma frota própria da prefeitura, para concorrer com os ônibus terceirizados dos empresários. Rafael Greca implantou boa parte dos biarticulados que aí estão. Beto Richa se fez candidato ao derrubar a tarifa que seu antecessor, Cassio Taniguchi, havia aumentado.

O atual prefeito ainda é um desconhecido pela população. Tem pouco mais de 12 meses para mostrar trabalho antes de enfrentar Gustavo Fruet (PSDB), que fez um caminhão de votos para o Senado. O ônibus pode ser sua grande arma para conquistar o eleitor. Se para isso bastar colocar propaganda de sabão em pó para os passageiros assistirem, sairá barato.

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