"Política é a arte de administrar o circo a partir da jaula dos macacos."

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H. L.Mencken, escritor norte-americano.

Vira e mexe, um deputado resolve anunciar que é candidato ao governo do estado. O último foi o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli. Mas logo haverá outros botando as mangas de fora. Há duas opções. Ou eles realmente acreditam que saltarão de seus 50 mil votos para a eleição mais difícil do estado, ou estão só tentando se autopromover, vendendo-se por um preço que não têm, na expectativa de conquistarem alguma outra coisa.

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A história mostra. Desde a redemocratização, nos anos 80, houve sete eleições para o governo do estado do Paraná. Em todas elas o vencedor foi um senador ou alguém que já havia sido prefeito de Curitiba. Nunca alguém sem um desses dois predicados chegou lá. As eleições nos 20 anos antes da ditadura militar também nunca levaram um deputado estadual para o governo. Aliás, no passado recente do estado nunca um deputado estadual elegeu-se senador. As pretensões dos moços da Assembléia, caso eles estudassem a história da política local, deveriam ser um pouco menores.

Lógico que é cedo para falar que há candidatos para suceder Requião. Mas não deixa de ser curioso, usando esse critério meramente histórico, ver quem seriam os poucos políticos que realmente teriam chance de chegar ao Palácio Iguaçu em 2010. A lista começaria pelos dois ex-governadores que ainda estão em atividade política: Jaime Lerner e Alvaro Dias. Depois, passaria pelos senadores e ex-senadores: Osmar Dias, Flávio Arns, Affonso Camargo e José Eduardo Andrade Vieira. É bem verdade que os dois últimos dificilmente entrariam na disputa. E fora isso, a lista incluiria apenas os prefeitos de Curitiba: Beto Richa, Cassio Taniguchi e Rafael Greca. Só.

Obviamente, há mais gente forte na parada. O estado tem dois ministros hoje, por exemplo, que bem poderiam mudar a tradição. Mas alguém que nunca passou da Assembléia Legislativa dizer que pode virar governador em três anos exige uma boa dose de pretensão.

Pai da criança

É curioso que o governador Roberto Requião não tenha se manifestado sobre a situação vai-não-vai da Assoma, a Associação dos Meninos de Rua de Curitiba. A entidade, que está ameaçada de fechar suas portas, supostamente porque ninguém previu uma fonte de renda garantida a longo prazo, foi criada durante a gestão de Requião na prefeitura. E teve dona Maristela Requião, a primeira-dama, no seu comando durante os primeiros anos.

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Renda assegurada

Mais uma geração dos Anibelli tem o futuro garantido. O governador Roberto Requião acaba de nomear Antônio Anibelli Neto para o cargo de chefe do Departamento de Fomento Rodoviário aos Municípios. Nepotismo, no governo do estado, não é só para a família do governador. As famílias dos aliados também têm lá o seu quinhãozinho.Isto também é política

A ligação de duas ruas na região do Batel deve melhorar o tráfego para uma imensidão de pessoas. Mas os afortunados moradores do bairro batem o pé: não querem que dividam a sua Pracinha do Batel. Dizem eles, em cartas de protesto e coisas do gênero, que isso vai levar carros demais para a região. Ou seja, para evitar o incômodo deles, que todos se incomodem em dar uma volta maior do que o necessário. Esse é o raciocínio. Só não é difícil de entender por que esse é um pensamento típico de quem tem grana. Os outros? Ora, eles que desviem de nós.