Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Fred Thompson vai ser o novo presidente dos Estados Unidos. O palpite é da blogueira norte-americana Noele Kensut. Republicano, Thompson é praticamente desconhecido no Brasil. É ator e teve um mandato como senador pelo Tenessee. Por que seria ele o vencedor? O argumento de Noele é o seguinte: desde a chegada da tevê em cores, os norte-americanos só elegeram presidentes de olhos azuis. Nixon, Ford, Carter, Reagan, Bush pai, Clinton e Bush filho.

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Na verdade, além da cor dos olhos, os eleitos têm outros fatores em comum: são homens, altos e dentro de uma certa faixa de idade – nem novos, nem velhos demais. Os atuais favoritos Barack Obama, Hillary Clinton e Rudolph Giulliani, portanto, têm sempre algo contra sua vitória. Um é negro, outro é mulher e o terceiro tem olhos escuros. O democrata John Edwards é o único outro candidato de olhos azuis – mas segundo Noele é mais baixo do que Fred Thompson e por isso perderá a eleição.

Tudo isso pode parecer só uma curiosidade, mas não é. Muitas vezes pensamos que os eleitores tomam decisões baseados em propostas, discursos, currículos.

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E vários estudos mostram que a "embalagem adequada" pode contar bem mais do que todos esses outros argumentos.

E só para deixar a conversa um pouco mais local: desde que começou o Horário Eleitoral Gratuito na tevê, os paranaenses escolheram homens de olhos azuis em cinco de suas seis eleições para o governo do estado. Três vezes Requião, duas Lerner. Só Alvaro Dias furou o bloqueio dos olhos claros – outro homem alto, que compensa os olhos escuros com cuidados adicionais em relação a pele e cabelos.

Noele Kensut diz que hoje apenas 16,7% dos norte-americanos têm olhos azuis. Em tempos idos, eram 50%.

Ao votar como votam, os EUA estariam em busca de tradição, ao invés de eleger migrantes recentes. Talvez a explicação valha para o Paraná. Os eleitores preferem os migrantes europeus do século 19 aos cidadãos recém-chegados.

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Balde cheio

Chovia durante o discurso do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em Curitiba. O curioso é que a água caía não apenas do lado de fora. Dentro do recém-inaugurado Palácio das Araucárias, sede provisória do governo do estado, também havia água. Nesse caso, vinha do teto do auditório onde o ministro, o governador Roberto Requião e outros três governadores estavam. O vazamento vinha de uma grade do sistema de ar condicionado perto da primeira fileira de cadeiras. Um baldinho foi improvisado para recolher a água da goteira. Não bastasse o vexame, seguranças ainda tentaram impedir os fotógrafos de chegar perto para registrar a cena.

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Bom exemplo

Tente conseguir uma estatística de criminalidade no Paraná. A Secretaria de Segurança não libera os dados nem que o próprio Bento XVI assine requerimento em três vias. A assessoria da PM explicou dia desses que o vazamento dessas informações atrapalha as operações policiais. Ah, bom! Resta ensinar a sábia lição à polícia de Nova Iorque – aquela que ficou famosa em todo o mundo em anos recentes pelos bons resultados. Lá, os cidadãos podem acessar as estatísticas de crime de seu bairro via internet, bastando digitar o CEP da sua casa. Quem quiser conferir, acesse http://www.nyc.gov/html/nypd/html/hom e/precincts.shtml

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Meias e sapatos

Agora, o país anda. Segundo o site especializado Contas Abertas, a presidência da República empenhou R$ 14,2 mil para comprar sapatos e meias. Serão dois mil pares de meias, 96 pares de sapatos sociais femininos e 106 masculinos.

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"Senado aprova licença-maternidade de 6 meses. Só falta o Renan inventar que tá grávido!"

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José Simão, colunista da Folha de São Paulo.

rgalindo@gazetadopovo.com.br